Economia

Placar expressivo no marco fiscal dá confiança ao governo para aprovar reforma tributária, avalia Haddad

Câmara aprovou pacote das regras fiscais por 372 votos, bem acima do necessário; para Haddad, o volume de votos, porém, não reflete necessariamente o tamanho da base do governo

Placar expressivo no marco fiscal dá confiança ao governo para aprovar reforma tributária, avalia Haddad
Placar expressivo no marco fiscal dá confiança ao governo para aprovar reforma tributária, avalia Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, durante entrevista após reunião sobre o arcabouço na residência oficial da presidência do Senado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como ‘expressivo’ o placar de aprovação do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira 23. O projeto foi aprovado por 372 a 108 votos. 

Na avaliação do ministro, o apoio ao projeto que substituirá o teto de gastos no controle das contas públicas é um sinal positivo de que o governo federal conseguirá avançar com outras pautas prioritárias, como a reforma tributária. O tema é discutido há décadas no Congresso, mas nunca teve avanços significativos. 

“Placar expressivo [no marco fiscal]. A Câmara dos Deputados deu uma demonstração de que busca um entendimento para ajudar o Brasil a recuperar taxas de crescimento mais expressivas. Isso também nos dá confiança de que a reforma tributária é a próxima tarefa a cumprir”, declarou Haddad.

O ministro também adiantou que trabalhará “intensamente” com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para ajudá-lo a traçar os cenários necessários para aprovação da medida. A expectativa é de que o tema seja apreciado ainda no 1º semestre pelos deputados.

Ainda que a aprovação do marco fiscal tenha tido apoio de um número grande de deputados, na avaliação de Haddad, é precipitado a confirmação do tamanho da base governista na Casa. A avaliação é semelhante a feita por Arthur Lira (PP-AL) logo após a votação.

“Penso que o Congresso conseguiu perceber nesse tema algo que pudesse se descolar dessa discussão entre governo e oposição, pois era o país que estava em jogo. E quando o Congresso faz esse tipo de distinção, é porque ele está maduro para ajudar o Brasil”, disse Haddad.

Na votação desta terça-feira, o governo contou com o apoio de 372 parlamentares, placar suficiente para aprovar projetos mais complexos, como Propostas de Emendas à Constituição. 

Nesta quarta-feira 24, os deputados devem analisar quatro destaques de alteração do texto do projeto. Após a votação, o projeto deverá seguir para avaliação do Senado. 

Vitória de Lira ou de Lula?

Questionado sobre se o placar representava uma vitória do governo Lula (PT), da equipe econômica ou do presidente da Câmara, Arthur Lira, Haddad preferiu evitar a distinção. 

“Eu penso que todo mundo está se sentindo bem hoje, de ter conseguido, num país que vem de uma década de polarização, quase 400 votos no Congresso. Penso que o presidente Arthur [Lira] deve estar confortável, o relator, o Ministério da Fazenda está confortável, penso que o presidente Lula deve ter tido uma notícia do seu agrado”, disse.

Para o ministro, a eventual aprovação das duas primeiras propostas prioritárias para melhorar o cenário econômico brasileiro é apenas o começo. 

“Estou muito confiante que essas duas reformas [arcabouço fiscal e tributária] vão nos colocar em um outro patamar de crescimento potencial. Vamos sair de uma década de baixíssimo crescimento, 1% ao ano em média, uma década muito complicada. Vamos inaugurar um ciclo que pode ser muito promissor”, disse o ministro da Fazenda.

O ministro ainda elencou outras medidas que devem ser propostas pelo governo neste ano. 

“Nós temos reforma do crédito, mercado de capitais, mercado de seguros. E, a partir de agosto, quero dedicar muito tempo do Ministério da Fazenda para a transição ecológica. O que se notou ontem é que é possível, com um bom projeto, você angariar apoio expressivo dos parlamentares”, afirmou.

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