Política
PGR se manifesta pela manutenção da prisão de Anderson Torres
No início do mês, a defesa do ex-ministro pediu ao STF a revogação de sua detenção decretada pelo ministro Alexandre de Moraes


A Procuradoria Geral da República se manifestou pela manutenção da prisão preventiva do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal Anderson Torres por entender que ele tinha ciência dos riscos dos atos golpistas que aconteceram em Brasília no 8 de janeiro. A manifestação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.
A Procuradoria apontou que as condutas de Torres foram “omissivas” e demonstraram “absoluta desorganização” e que o ex-ministro se “ausentou da responsabilidade que lhe competia, de fiscalizar o seu cumprimento e colocá-lo em prática, ao deixar o País”.
Houve citação também à minuta golpista encontrada na casa de Torres por agentes da Polícia Federal. Embora Torres tenha tentado justificar em depoimento à PF que o documento era ‘descartável’ e sem ‘viabilidade jurídica’, a PGR destacou que “não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo Federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”.
Acrescentou ainda que a apreensão do documento só foi possível porque Torres se encontrava fora do País. “Estivesse o investigado em solo nacional gozando de liberdade, possivelmente esse e outros elementos de prova seriam ocultados ou destruídos, assim como ocorreu com seu aparelho celular, deixado nos Estados Unidos da América de maneira a impedir a extração de dados e análise da prova, o que demonstra ausência de cooperação para o esclarecimento dos fatos”.
No início do mês, a defesa do ex-ministro pediu ao STF que revogasse a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes por indícios de omissão diante os ataques aos prédios dos Três Poderes.
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