Política
PGR arquivou notícia sobre citação de Bolsonaro por considerá-la “factóide”
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o MP-RJ já tinha encaminhado ao STF notícia sobre citação de Bolsonaro no caso
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a Procuradoria arquivou uma notícia encaminhada ao STF pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que informava sobre a existência da menção ao nome de Jair Bolsonaro (PSL) na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. A afirmação foi feita à Folha de S. Paulo. O arquivamento foi feito por entender que a notícia era apenas um “factóide”.
No entanto, o procurador afirmou que remeterá para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro um pedido feito pelo ministro Sergio Moro (Justiça) para que se investiguem as circunstâncias do depoimento do porteiro. Segundo o procurador, não há motivos para que essa investigação e o inquérito sobre a morte de Marielle tramitem em Brasília, por não haver indícios de envolvimento de pessoas com foro especial perante o Supremo.
Segundo Aras, quando o MP-RJ encaminhou o relato do porteiro ao STF, remeteu junto uma declaração da Câmara que atestava que Bolsonaro estava em Brasília no dia do crime, 14 de março de 2018, e no dia seguinte. “Por si só, a notícia de fato [que chegou ao Supremo] já encerrava a solução do problema”, declarou. Aras não informou à reportagem da Folha a data exata do arquivamento da notícia.
Além disso, segundo Aras, também foram enviadas ao Supremo gravações de ligações entre a portaria do condomínio Vivendas da Barra e as casas apontadas pelo porteiro. “Não há menção ao presidente”, disse o procurador-geral.
“O que existe agora é um problema novo, o factoide que gerou um crime contra o presidente”, disse o procurador-geral.
Segundo a reportagem da Folha, membros do Ministério Público do Rio de Janeiro tiveram uma audiência com o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, para tratar da menção ao nome de Bolsonaro. Aras não estava presente nessa audiência. A leitura feita por integrantes da PGR, segundo apuração do veículo, é que os procuradores fluminenses queriam, por desencargo de consciência, ter aval do STF para prosseguir suas investigações.
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