Justiça

PF prende número 2 da Previdência e filho do ‘Careca do INSS’ em nova fase da Operação Sem Desconto

Investigação apura esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões; ação foi autorizada pelo STF e cumpre 16 prisões preventivas

PF prende número 2 da Previdência e filho do ‘Careca do INSS’ em nova fase da Operação Sem Desconto
PF prende número 2 da Previdência e filho do ‘Careca do INSS’ em nova fase da Operação Sem Desconto
A Operação Sem Desconto foi iniciada em abril e já teve nove fases. Foto: Divulgação PF
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A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram, nesta quinta-feira 18, uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados aplicados em aposentadorias e pensões do INSS.

Entre os principais alvos presos estão Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, e Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.

Adroaldo Portal foi afastado do cargo, teve a prisão domiciliar decretada e, após a operação, foi exonerado por determinação do ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Romeu Carvalho Antunes foi preso preventivamente.

Também foi preso Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidélis, que já havia sido alvo de fases anteriores da operação.

O número total de prisões autorizadas pelo ministro André Mendonça nesta etapa da operação chega a 16. Veja a lista completa dos presos: 

  • Romeu Carvalho Antunes;
  • Thiago Schettini Batista;
  • Domingos Sávio de Castro;
  • Adelino Rodrigues Junior;
  • Rubens Oliveira Costa; 
  • Alexandre Caetano;
  • Milton Salvador de Almeida Júnior;
  • Eric Douglas Martins Fidélis;
  • Paulo Gabriel Negreiros;
  • Alexandre Guimarães;
  • Rodrigo Moraes;
  • Gustavo Marques Gaspar;
  • Adroaldo da Cunha Portal (prisão preventiva convertida em domiciliar);
  • Alexandre Moreira da Silva;
  • Sílvio Roberto Machado Feitoza; e
  • Aldo Luiz Ferreira.

Outros dois investigados tiveram pedidos de prisão preventiva negados, mas passarão a ser monitorados com tornozeleira eletrônica. São eles: Marcos de Brito Campos Júnior, diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, e Hélio Marcelino Loreno, responsável por um fundo de investimentos da Caixa. Eles também ficam proibidos de se comunicarem com os demais citados na investigação e foram afastados das funções públicas.

Cristina Alcantara Alves Zago, Erick Janson Vieira Monteiro Marinho, Heitor Souza Cunha, Roberta Luchsinger e Danielle Miranda Fonteneles passarão a ser monitorados por tornozeleira eletrônica.

Ao todo, são 52 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal. 

De acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa atuava com divisão de tarefas, incluindo a captação de dados de aposentados, a inserção de informações falsas em sistemas oficiais e a ocultação dos valores desviados. Os crimes investigados envolvem estelionato previdenciário, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Senador Weverton Rocha

Nesta fase da operação, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA), citado na investigação. A PF chegou a pedir a prisão do parlamentar, mas a solicitação foi negada por Mendonça após uma consulta à Procuradoria-Geral da República. 

Em nota, o senador disse ter recebido a decisão com ‘surpresa’, mas que estaria “à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral” ao processo.  

A Operação Sem Desconto foi iniciada em abril e já teve nove fases. Parte dos valores descontados indevidamente começou a ser devolvida aos aposentados e pensionistas, enquanto as investigações seguem em andamento.

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