Justiça

PF prende mais um suspeito de invadir sistema de pagamentos do governo federal

O grupo teria furtado cerca de 15 milhões de reais e tentado desviar outros 50 milhões

PF prende mais um suspeito de invadir sistema de pagamentos do governo federal
PF prende mais um suspeito de invadir sistema de pagamentos do governo federal
Foto: Polícia Federal / Divulgação
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A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feria 23, o terceiro suspeito de ter invadido o Sistema Integrado de Administração Financeira, o Siafi, responsável pelos pagamentos do governo federal. 

A prisão é um desdobramento da operação deflagrada na última quarta-feira 21, que havia expedido três mandados de prisão preventiva, mas que inicialmente resultou na captura de apenas dois alvos.

O terceiro detido é o proprietário de uma empresa que emite certificados digitais e foi localizado em Vitória da Conquista, na Bahia. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

A invasão ao Siafi ocorreu em abril deste ano. Segundo as investigações, o grupo criminoso conseguiu desviar 15 milhões de reais em recursos públicos e estava em processo de tentar furtar outros 50 milhões. Os dois primeiros suspeitos foram presos em Belo Horizonte (MG) e no Rio de Janeiro (RJ).

Além das prisões, a operação incluiu a execução de 19 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Entre os investigados está um funcionário público do INSS, que pode ter facilitado o acesso dos criminosos às credenciais do Siafi. A Polícia Federal pretende solicitar o afastamento desse servidor.

A PF classificou o esquema criminoso como de “alta complexidade”, envolvendo o uso de técnicas sofisticadas de invasão cibernética e campanhas de “phishing” — uma tática na qual criminosos enviam mensagens fraudulentas, como SMS ou e-mails, que parecem legítimos, com o intuito de roubar informações sensíveis das vítimas.

Os criminosos teriam acessado ordens bancárias dentro do Siafi e alterado os dados dos documentos para redirecionar os recursos públicos para contas controladas por eles. O desvio foi realizado por meio de um mecanismo de débito automático conhecido como “OBpix”.

Após o roubo, os fundos foram transferidos para empresas que atuam como corretoras de criptoativos, o que pode dificultar o rastreamento do dinheiro.

Os envolvidos poderão responder por crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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