Política

PF investiga ligação entre fornecedor do governo Bolsonaro e gastos de Michelle

Os pedidos da Polícia Federal foram acolhidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, no final de 2022

PF investiga ligação entre fornecedor do governo Bolsonaro e gastos de Michelle
PF investiga ligação entre fornecedor do governo Bolsonaro e gastos de Michelle
O ex-presidente Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos. Foto: CHANDAN KHANNA/AFP
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A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Luis dos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), para investigar transações entre ele e uma empresa que mantinha contratos com o governo do ex-capitão. A informação foi revelada neste domingo 14 pela Folha de S.Paulo.

As solicitações da PF foram acolhidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, no final de 2022, e nasceram da análise de mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, então braço-direito de Bolsonaro na Presidência.

Os pedidos ocorreram no âmbito da apuração sobre o vazamento de um inquérito sigiloso a respeito de um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.

No centro da investigação estão transações entre Luis dos Reis e a Cedro Libano Comércio de Madeira e Materiais de Construção. Segundo a PF, o Portal da Transparência aponta que de 2020 a 2022 a empresa recebeu recursos federais por meio de contratos com a Universidade Federal do Espírito Santo, o Instituto Federal de Tocantins e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, a Codevasf.

Até o final de 2022, a PF não havia identificado um vínculo formal ou informal entre Reis e a empresa para justificar a movimentação financeira registrada.

No mesmo período, Reis esteve envolvido nas transações investigadas pela PF sob suspeita de desvio de dinheiro da Presidência por meio de Mauro Cid e a pedido da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

De acordo com a PF, Reis repassou quantias a pessoas indicadas por assessoras de Michelle, entre elas Maria Graces de Moraes Braga, tia da ex-primeira-dama, e Rosimary Cardoso Cordeiro, responsável por um cartão de crédito utilizado por Michelle.

Dos citados, apenas Cid respondeu à Folha, por meio de seu advogado, Bernardo Fenelon. Segundo ele, “por respeito ao Supremo Tribunal Federal, toda e qualquer manifestação defensiva será feita nos autos do processo”.

Luis dos Reis e Mauro Cid estão entre os presos pela PF na Operação Venire, deflagrada na semana passada contra um esquema de fraude em carteiras de vacinação.

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