Política

PF intima Bolsonaro a depor após encontrar ‘ordem’ para disparar fake news

A oitiva ocorrerá na investigação sobre mensagens golpistas trocadas por empresários bolsonaristas em 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento na investigação sobre empresários que trocaram mensagens de cunho golpista via WhatsApp em 2022. A princípio, a oitiva deve ocorrer em 31 de agosto.

Na segunda-feira 21, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes decidiu prorrogar por 60 dias a apuração contra Luciano Hang, da Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa. No despacho, ele arquivou a investigação contra outros seis empresários bolsonaristas.

No caso de Nigri, segundo um relatório da Polícia Federal, “ficou robustecido existir uma relação entre a família do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro o empresário”. A corporação diz ser necessário continuar as diligências, uma vez que o vínculo com o ex-capitão parecia ter “a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à democracia e ao Estado Democrático de Direito”.

A PF anexou ao relatório um diálogo mantido por Bolsonaro e Nigri no WhatsApp no qual o então presidente fazia acusações e atribuía ao ministro do STF Luis Roberto Barroso uma “interferência” para derrubar a PEC do Voto Impresso no Congresso Nacional. Flertava, ainda, com alegações infundadas de suposta fraude na eleição.

“Repasse ao máximo”, dizia, em caixa alta, a ordem de Bolsonaro para Nigri. O empresário, então, respondeu: “Já repassei para vários grupos!”.

Quanto a Luciano Hang, o relatório da PF diz ser preciso extrair e analisar o material apreendido em seu celular, uma vez que o dono da Havan não teria fornecido as senhas. A perícia técnica ainda trabalha na identificação das chaves para acessar o aparelho.

Em agosto de 2022, por ordem de Moraes, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra os oito empresários após identificar conversas em defesa de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula caso o petista derrotasse Bolsonaro na eleição.

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