O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamentou, em nota divulgada neste sábado 26, a decisão do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) de deixar o país devido às ameaças que tem sofrido.
Segundo o Ministério da Justiça, comandado pelo ex-juiz de primeira instância Sérgio Moro, a Polícia Federal abriu inquéritos, ao longo de 2017 e 2018, “para apurar ofensas e ameaças contra o deputado”. As investigações estão em andamento, e as autoridades já teriam identificado um dos autores: Marcelo Valle Silveira Mello, preso em 2018.
Conforme a nota, Mello integra o grupo autointitulado “Homens Sanctos” e usava a identidade de Emerson Setim para fazer ameaças ao deputado. “O Ministério da Justiça e Segurança Pública repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos”, afirma o comunicado.
Nesta semana, o deputado anunciou, em carta ao PSOL, que não assumirá o mandato na Câmara dos Deputados, para o qual foi reeleito em outubro de 2018, e que ficará um tempo fora do país, já que tem sofrido ameaças que já chegaram à sua família. Mensagens que o parlamentar recebeu informam endereços de parentes e dizem que sua mãe será sequestrada e estuprada.
O comunicado do Ministério da Justiça vem depois que postagens em redes sociais de Jair Bolsonaro e de seus filhos deram a entender que o presidente da República estava comemorando a decisão de Wyllys de sair do país por estar sendo ameaçado de morte. Após a repercussão negativa das postagens, Bolsonaro disse que estava comemorando outro assunto, mas não deixou claro qual seria.
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