Diversidade

Figuras públicas se solidarizam com Jean Wyllys

Ciro, Manuela, Marina Silva e Rodrigo Maia estão entre elas. Há críticos também

(Foto: Lula Marques)
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Ao informar que não assumirá o terceiro mandato parlamentar por sofrer ameaças de morte, Jean Wyllys, do PSOL, gerou uma onda de reações de figuras públicas, entidades, apoiadores e também de opositores do deputado. Segundo a assessoria, o deputado está no exterior e, diante das ameaças, não retornará ao Brasil.

Em sua página nas redes sociais, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse estar “profundamente indignado” com a situação que levou o deputado eleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) a renunciar o mandato.

“Estou profundamente indignado com a situação que leva um jovem parlamentar a não se sentir mais seguro em seu país e ter que ir embora para o exterior enquanto as autoridades brasileiras descambam para a canalhice pura e simples”, escreveu Ciro

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), também lamentou a saída do deputado do país. Em novembro do ano passado, a CIDH havia solicitado que o governo brasileiro tomasse medidas para proteger a vida do deputado do PSOL. Antonia Urrejola, comissária da Assembleia Geral da OEA, falou pela entidade no Twitter.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota lamentando a decisão do deputado Jean de não tomar posse para o novo mandato. Maia acrescentou, na nota, que ninguém pode ameaçar um deputado e “sentir-se impune”.

“Lamento a decisão tomada pelo deputado Jean Wyllys. Como presidente da Casa, e seu colega na Câmara, mesmo estando em posições divergentes no campo das ideias, reconheço a importância do seu mandato. Nenhum parlamentar pode se sentir ameaçado, ninguém pode ameaçar um deputado federal e sentir-se impune”, afirmou Rodrigo Maia na nota.

Manuela D’Ávila, que foi candidata a vice-presidência e também recebeu ameaças, se solidarizou com a decisão do colega. No Instagram, Manuela afirmou que “Não sabem que, se tivermos que andar com o vidro fechado, sem tomar o vento na cara, já morremos um pouco. E não queremos morrer nada!!!”

https://www.instagram.com/p/BtBtrBpBCDN/

Críticas

O músico Lobão, apoiador de Jair Bolsonaro e do Movimento Brasil Livre (MBL), acusou Jean Wyllys de relação com atentado ao presidente Jair Bolsonaro.

“Essa parada de Jean Willis (sic)  sair do Brasil e deixar a vida pública só levanta sérias suspeitas sobre seu envolvimento na tentativa de assassinato a Jair Bolsonaro. Deve ser investigado imediatamente. Esse papo é lorota”, tuitou Lobão

Apoiadores de Bolsonaro começaram um movimento que colocou a hashtag #InvestigarJeanWillis no Trending Topics Brasil – os assuntos mais comentados – no Twitter. Sim, tanto Lobão como os criadores da hashtag escreveram errado o nome do deputado…

O presidente também foi criticado por políticos da oposição por ter publicado um Twitter logo após o anuncia de Jean afirmando que aquele era “Grande dia”.

Após a repercussão negativa, o presidente afirmou que a mensagem não era uma ironia a decisão do deputado, mas se referia ao fim dos trabalhos em Davos.

A decisão do deputado

Em uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta 24: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”

Homossexual assumido, Jean Wyllys tinha como principais bandeiras pautas relacionadas às causas LGBT e para minorias.A posse dos deputados eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na última eleição, em outubro.

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