PF deflagra operação contra auxiliares de Bolsonaro; Wassef também é alvo

Policiais cumprem mandados de busca e apreensão para apurar possíveis crimes de peculato e lavagem de dinheiro

PF mira entorno do ex-capitão em nova operação. São alvos: o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; seu pai, o general Mauro Lourena Cid; e o advogado do clã do ex-capitão Frederick Wassef. Fotos: Câmara dos Deputados;Alesp; e AFP

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A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta-feira 11, quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ex-ajudantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros aliados, como o advogado do clã Frederick Wassef. 

Segundo informações da TV Globo, os mandados foram expedidos contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o seu pai, general Mauro César Lourena Cid; o tenente do Exército Osmar Crivelatti, outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos receptores dos e-mails recentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a segurança em viagens do presidente Lula (PT); além do advogado de Bolsonaro Frederick Wasseff.

De acordo com a PF, o objetivo da operação é “esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro”. 

Os investigadores cumprem mandados em São Paulo (SP), Brasília (DF) e Niterói (RJ). Segundo a corporação, os investigados são suspeitos de uso da estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, recebidos por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Brasil. Uma das suspeitas é que o grupo tenha vendido bens no exterior.

“Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, explicou a PF, em nota sobre a operação.

A operação foi batizada de Lucas 12:2, uma alusão ao versículo da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.


Os mandados, importante registrar, foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito que apura a atuação das milícias digitais. Esta fase da investigação, porém, se concentra na venda dos itens luxuosos no exterior.

Os e-mails encontrados nos aparelhos eletrônicos de Cid motivaram os pedidos de busca.

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