Perícia no celular do assassino de Marcelo Arruda pode trazer novos elementos, diz delegada

Camila Cecconello deu a declaração horas depois de receber críticas pelo fato de o relatório da Polícia Civil descartar motivação política no crime

Foto: Reprodução

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A delegada Camila Cecconello, responsável pelo inquérito sobre a morte do tesoureiro do PT Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, afirmou que a perícia no celular do assassino pode apresentar fatos novos e mudar os rumos da investigação.

Cecconello deu a declaração horas depois de receber críticas pelo fato de o relatório da Polícia Civil descartar motivação política no crime. Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado contra Marcelo Arruda, por motivo torpe e por causar perigo comum.

“A primeira providência que nós tomamos foi solicitar e foi tentar descobrir quem estava na posse desse celular, e imediatamente representamos pela apreensão do celular e pela autorização para acesso. E extração dos conteúdos desse celular é importante, sim, porque no celular muitas vezes o autor pode ter comentado que ia fazer, pode ter dado alguma opinião”, afirmou a delegada à GloboNews no fim da noite da sexta-feira 15. “Então, a análise do celular é muito importante sim e pode trazer algum elemento novo na investigação.”

Ela emendou: “Mas, como temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento do prazo pode acarretar a soltura desse suspeito, do réu, nós temos que relatar o inquérito com os elementos que nós temos e claro aguardar”.

O último dia do prazo para concluir o inquérito, porém, seria a próxima terça-feira 19. Assim, o relatório divulgado pela Polícia na sexta-feira revoltou os advogados da família de Arruda e lideranças do PT.

“O relatório apresentado é recheado de contradições e imprecisões que demonstram a deficiente formação do mesmo”, afirmaram, em nota, os advogados Daniel Godoy Junior, Paulo Henrique Zuchoski, Andrea Pacheco Godoy e Ian Martins Vargas.


Segundo a defesa, “a necessária continuidade das investigações demonstrará a nossa convicção quanto as motivações políticas do assassinato”.

Para Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, há duas motivações políticas no caso: o próprio assassinato e o inquérito.

“É preciso haver claramente uma despolitização das forças de segurança e do sistema de Justiça”, declarou. “Não constatar o óbvio, que houve uma invasão da festa por motivação política, é um absurdo. E é isso, sim, uma politização da investigação.”

CartaCapital, membros da Comissão Executiva Nacional do partido, como a deputada Maria do Rosário (RS) e Jilmar Tatto, adiantaram que o PT insistirá na federalização do caso, mesmo diante da resistência inicial da Procuradoria-Geral da República.

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