Justiça
Pastor condenado por participação no 8 de Janeiro diz ao STF não saber que cometia crimes
A defesa sustenta que o réu é vendedor de caldo de cana, tem pouco estudo e ‘não possuía entendimento total’


O pastor Jorge Luiz dos Santos, condenado a 16 anos e 6 meses de prisão por participação no 8 de Janeiro de 2023, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) não saber que estava cometendo crimes durante os atos golpistas. A defesa enviou essa versão ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, em 6 de abril.
Preso desde janeiro do ano passado, Santos foi condenado pelo STF por crimes como golpe de Estado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. Também terá de pagar uma indenização por danos morais coletivos.
A defesa do pastor argumentou ser “impossível” projetar que ele seria responsabilizado. Além disso, afirmou que o réu é vendedor de caldo de cana, tem pouco estudo e “não possuía o entendimento total de que estava cometendo ilícitos penais”.
“O réu não tinha ideia de que estava cometendo algum tipo de crime, até porque veio a Brasília acompanhando três amigos e não foram trazidos nenhum elemento robusto que comprove a participação do Sr. Jorge Luiz nestes atos com intenções golpistas”, escreveu a advogada.
A condenação foi aplicada em fevereiro deste ano. A Procuradoria-Geral da República (PGR), porém, apontou que Moraes havia considerado de forma equivocada outro indivíduo com o mesmo nome do pastor ao rejeitar um pedido de liberdade.
“A adesão do réu à dinâmica golpista é incontestável, como se infere das mídias espelhadas no laudo pericial que indicam que ele estava alinhado aos intentos golpistas que tomavam corpo no país desde novembro de 2022, a exemplo das mídias mantidas em seu aparelho celular que se reportam a intervenções, paralisações, tomada d de Brasília”, escreveu o magistrado na sentença.
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