Política

Pai de Cid teria usado estrutura da Apex em Miami para vendes joias sauditas; PF investiga

General Lourena Cid também é investigado por usar recursos da agência de comércio para se juntar ao acampamento golpista de Brasília

Mauro Lourena Cid. Foto: Alesp
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A Polícia Federal detectou indícios de que o general Mauro Cesar Lourena Cid teria usado a estrutura do escritório de Miami da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para vender joias dadas de presente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo governo da Arábia Saudita. A informação foi revelada pelo site UOL.

O general é pai do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid. O general passou a ser um dos alvos da PF no caso da venda ilegal de presentes dados ao governo brasileiro após a descoberta, em diálogos pelo WhatsApp, de que ele teria ajudado o filho na negociação dos itens nos Estados Unidos.

O general foi indicado por Bolsonaro para comandar o escritório da Apex em Miami em 2019. Eles são velhos conhecidos dos tempos de Bolsonaro na Aman.

Mesmo demitido pelo governo Lula, mostra o site, o general teria continuado a usar o celular funcional e o passaporte oficial com visto da Apex. Foi nesse período que ele teria auxiliado Mauro Cid na venda das joias supostamente a mando de Bolsonaro.

A suspeita da PF ganhou novos indícios após o depoimento de três funcionários da Apex Miami.

Segundo o UOL, os investigadores teriam questionado os funcionários sobre uma possível utilização do escritório da agência para guardar as joias durante as negociações.

Os relatos apontam que o general teria fotografado as joias para a venda usando o celular da agência, ainda em sua posse depois da demissão. É possível, segundo os funcionários, ver o reflexo do aparelho em um das fotos dos itens negociados pelo general.

Reflexo do rosto do general do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, em presente que ele tentou vender nos Estados Unidos. Foto: Divulgação Polícia Federal

Conforme relato dos funcionários, o general teria resistido em devolver o aparelho à Apex, o que foi feito somente em março de 2023. Nesse período, há indicações de que ele teria frequentado o escritório da agência e pressionado funcionários por ajuda para apagar itens do aparelho e do computador que usava no local.

Ainda existe a suspeita de que o general Cid tenha usado recursos financeiros da agência de comércio para pagar despesas de pessoas externas. Ele também teria usada a verba para se juntar aos golpistas do 8 de Janeiro. Os fatos são investigados pela PF.

Investigadores devem viajar, na próxima semana, aos Estados Unidos para realizar as últimas diligência sobre o caso da venda das joias, juntamente com o FBI.

Mauro Lourena Cid não comentou as novas suspeitas contra ele.

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