Política
Padilha nega a possibilidade de desmembrar o Ministério da Justiça
O debate sobre dividir Justiça e Segurança Pública marcou o período de transição
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), negou que um possível desmembramento do Ministério da Justiça e da Segurança Pública – hoje sob a batuta de Flávio Dino (PSB) – esteja em discussão pelo presidente Lula.
As especulações em torno do fatiamento da pasta aumentaram nos últimos dias, em meio aos rumores de que Dino pode ser indicado à vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria de Rosa Weber.
Com uma eventual saída do ministro, haveria a chance de dividir Justiça e Segurança Pública para reduzir a irritação de lideranças do Centrão e do PT contra um suposto excesso de poder de Dino.
“Esse foi um debate que aconteceu na transição, quando os grupos de trabalho discutiam isso”, pontuou Padilha em entrevista à Rádio CBN nesta terça-feira 19. “O presidente Lula e o conjunto do governo decidiram que era melhor ter um ministério que combinasse as duas coisas: o sistema de justiça e os mecanismos de apuração. Eu sou parte também que defende que precisa continuar com esse modelo.”
A criação de uma pasta específica para cuidar da segurança pública chegou a ser discutida intensamente durante os trabalhos da transição. De um lado, advogados ligados ao Prerrogativas argumentavam que a nova pasta poderia aproximar o governo de uma pauta cara à direita.
Pelos moldes discutidos, o Ministério da Justiça ficaria com assuntos ligados ao planejamento do Poder Judiciário, como listas de indicações para tribunais e cooperação internacional. A Polícia Federal migraria para o guarda-chuva da Segurança Pública. Dino, porém, era contra a ideia e conseguiu convencer Lula a manter a estrutura atual.
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