Política
“Ou apresenta um candidato maior do que o PT ou não tem chance”, diz Lula
Em entrevista ao canal TV Democracia, ex-presidente falou sobre disputa presidencial e cobrou justiça no caso envolvendo Dallagnol
O ex-presidente Lula afirmou que é possível que o PT não tenha candidato à Presidência em 2022. A declaração foi dada durante entrevista ao canal do YouTube TV Democracia, do jornalista Fabio Pannunzio, nesta quinta-feira 20.
“É possível que o PT não tenha candidato à Presidência. O PT pode ter candidato a vice. O PT pode ser candidato a outra coisa. Isso é possível”, afirmou.
No entanto, o presidente condicionou a situação aos candidatos apresentados pelos demais partidos.
“É preciso ter um candidato que tenha habilidade de tratar os partidos com o respeito que os partidos merecem. Não adianta querer brigar com o PT. Não podem querer que o PT abra mão dessa grandeza que o povo lhe deu [nas urnas] a troco de nada. Ou apresenta um candidato maior do que o PT ou não tem chance”, afirmou.
“As pessoas falam: ‘Olha eu tenho uma pesquisa no segundo turno que mostra que tem mais voto que o Lula’. Ok, mas para passar para o segundo turno tem que passar pelo primeiro”, completou.
Justiça contra Dallagnol
Na entrevista, o ex-presidente também criticou o adiamento do julgamento do caso do powerpoint pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na terça-feira, 18. Já são mais de 40 adiamentos do caso e o CNPM só tem até o dia 13 de setembro para julgar a ação, antes que prescreva.
A defesa do ex-presidente apresentou representação contra o procurador Deltan Dallagnol acusando-o de transgredir seus deveres funcionais para incriminar Lula. O então chefe da força-tarefa da Lava Jato acusou o ex-presidente de chefiar organização criminosa que desviou dinheiro da Petrobras com uma representação mostrada à imprensa, em 2016.
“Essa semana o Dallagnol fez uma via sacra tentando pedir proteção. Não adianta tentarem proteger ele, eu vou atrás. O veneno que eles fizeram eu passar, eles vão provar. Vou provar que bandidos eram eles”, afirmou Lula.
O ex-presidente reforçou que sua defesa vem pedindo o julgamento há quatro anos. “Todo mundo sabe que ele está lutando pela prescrição. Por isso fomos obrigados a acionar o STF para cobrar”, disse. “Não dá pra gente brincar falando em lei. Não dá pra existir um Código Penal para o Lula e outro pro resto”, questionou, alertando que o país não pode conviver com a política do lawfare.
“Fui absolvido em todos os processos em que fui julgado fora de Curitiba”, disse o ex-presidente ao cobrar justiça contra Dallagnol e Moro, na época juiz responsável pela operação Lava Jato. “Se o que foi feito por Moro e Dallagnol não for julgado, pagaremos um preço histórico muito caro”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.