Mundo
Os compromissos de Lula ao assumir o inédito comando do G20
Mandato terá duração de um ano; em novembro de 2024, país recebe reunião de Cúpula do G20, no Rio de Janeiro


O Brasil assume, nesta sexta-feira 1, a presidência do G20, o foro de cooperação internacional composto pelas maiores economias do mundo, além da União Europeia e a União Africana. É a primeira vez na história que o país assume a presidência rotativa do bloco, em um mandato que vai durar um ano.
De acordo com o governo brasileiro, o mandato terá como eixo três pontos principais:
- o combate à fome, à pobreza e à desigualdade;
- a reforma da governança global;
- e o desenvolvimento sustentável.
Em publicação nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou a expressão “compromisso” para definir o que o Brasil pretende fazer à frente do bloco.
“Compromisso de colocar o combate à fome, à extrema pobreza e à desigualdade no centro da agenda internacional”, frisou Lula, que também pontuou que o Brasil deverá ter o “compromisso de convencer os países ricos de que não existe dois planetas Terra” e que é “urgente” enfrentar a crise climática.
Em termos de governança global, Lula ressaltou, como já vinha fazendo nas últimas oportunidades em que tratou do tema, que as principais organizações financeiras do planeta – a exemplo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – já não levam mais em conta “as alterações estruturais do século XXI”.
Na fala de hoje, Lula ressaltou que “o planeta precisa, com urgência, de uma transição energética” e que o Brasil “reúne todas as condições para produzir a energia verde que o mundo precisa”, de maneira que a pauta se fará presente na presidência brasileira do grupo. Outra promessa do presidente foi a de que, sob o mandato do Brasil, o G20 deverá contar com uma maior participação popular nas discussões da cúpula.
Ao longo do mandato brasileiro, o país vai ser responsável por realizar a reunião de Cúpula do G20, marcada para acontecer em novembro de 2024, no Rio de Janeiro (RJ).
Histórico do grupo
O G20 foi criado após a crise financeira asiática de 1999. No início, o grupo reunia ministros das áreas econômicas e presidentes de bancos centrais para discutir, de modo mais específico, temas econômicos e financeiros. A chegada dos chefes de Estado ao grupo aconteceu após a crise econômica de 2008.
Atualmente, segundo dados do G20, o grupo responde por cerca de 85% do PIB global, dois terços da população mundial e 75% do comércio internacional.
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