Política

OAB contraria Moro e mantém recomendação de afastamento do ministro

Em audiência na Câmara, ministro afirmou duvidar que a entidade mantenha a posição defendida nos primeiros dias do escândalo

Foto: Lula Marques
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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou a CartaCapital que mantém a posição defendida em nota, em que recomenda o afastamento dos envolvidos nos vazamentos noticiados pelo site The Intercept Brasil. A manutenção do entendimento contraria a declaração do ministro da Justiça, Sérgio Moro, dada em audiência na Câmara nesta terça-feira 2. Na ocasião, o ministro afirmou duvidar que a OAB tenha a mesma opinião que apresentou nos primeiros dias do escândalo.

O comentário do ex-juiz da Lava Jato ocorreu após pergunta do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE). O parlamentar questionou o que Moro pensa sobre o parecer da OAB em relação ao caso. O ministro fez críticas ao parecer e disse acreditar que a entidade teria mudado de ideia. “Respeito muito a OAB, mas ela embarcou no sensacionalismo barato dos primeiros dias. Duvido que teria hoje a mesma posição que teve nos primeiros dias”.

Procurado, o Conselho Federal da entidade afirmou: “OAB mantém posição defendida na nota conforme deliberado no Conselho Pleno”. Na nota, publicada em 10 de junho, a instituição defende: “Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita”.

Na audiência na Câmara, deputados da oposição pediram o afastamento do ministro da Justiça do cargo, a fim de que as investigações ocorram com lisura. A parlamentar Talíria Petrone (PSOL-RJ) também propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure a conduta do então juiz da Lava Jato. Já o deputado Afonso Florence (PT-CE) foi mais longe e pediu a demissão de Moro do Ministério da Justiça.

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