Lula não tem compromisso com a mudança, diz Ciro Gomes em Lisboa

O ex-candidato à Presidência criticou o modelo econômico brasileiro. 'O risco é vir uma direita não-caricata'

Foto: Reprodução

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Ciro Gomes (PDT) estava em silêncio desde o fim das eleições de outubro do ano passado. Não está mais. O ex-candidato à Presidência voltou à cena pública nesta sexta-feira 12, em uma palestra ministrada na Universidade de Lisboa.

O o ex-ministro disse se esforçar para ter esperança, mas que o Brasil continua sem projeto. “”Lula não tem compromisso com a mudança do Brasil. Ele é o responsável pelo reacionarismo vigente, porque ganha com isso.” O candidato do PDT respondia sobre como lidaria, se eleito, com a independência do Banco Central. “Ele (Roberto Campos Neto) tava demitido. Não ficava um dia sequer.”

Também criticou o modelo econômico adotado pelo Brasil desde a ditadura militar e analisou como as desigualdades sociais produzidas deram força à ascensão de Jair Bolsonaro (PL). “O Bolsonaro foi produzido pela sociedade brasileira no voto. A circunstância socioeconômica produzida pela economia, agora não mais mais na mão da ditadura, mas na mão da esquerda.”

Ciro Gomes disse que, do ponto de vista do modelo econômico, Bolsonaro e Lula (PT) estariam no mesmo degrau. “Mudam as pessoas e o modelo é rigorosamente o mesmo: teto de gastos, superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante, autonomia do Banco Central e política de preços da Petrobras. Esse aqui é o dogma de fé.”

Ciro Gomes criticou ainda o acordo fechado pelo Palácio do Planalto  que garantiu as reeleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara e do Senado no governo Bolsonaro. “Não tem como dar certo”. Segundo ele, Lula manteve a lógica do orçamento secreto. “Não dá para achar que era uma abominação com o Bolsonaro e agora é uma jogada inteligente para garantir a governabilidade”.

“O risco que nós temos de um fracasso agora é vir uma direita não caricata, não fácil de ser atacada como Bolsonaro”, completou.


Durante a palestra, Ciro repetiu várias vezes que não pretende ser candidato em 2026. “Não sinto mais que represente uma parcela relevante da sociedade. Neste momento…”

Assista à íntegra:

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