O que disse Anderson Torres durante a audiência de custódia, segundo TV

O ex-ministro de Bolsonaro é investigado pelo envolvimento nos atos terroristas no DF; na audiência, ele negou envolvimento com os atos e disse que jamais questionou o resultado das eleições

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Foto: Isac Nóbrega/PR

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O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou em audiência de custódia que não teve relação com os atos golpistas de 8 de janeiro e declarou que “jamais daria condições” para o quebra-quebra promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Praça dos Três Poderes.

A versão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal foi revelada pela CNN Brasil. A audiência aconteceu no último dia 14 e foi conduzida pelo juiz Airton Vieira.

“Isso [a prisão] foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família. Isso foi um tiro de canhão no meu peito. No segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso”, afirmou.

Torres também disse que nunca questionou o resultado das eleições, embora a Polícia Federal tenha encontrado uma minuta de decreto golpista que, na prática, tinha o objetivo de anular o pleito do qual Lula (PT) saiu vitorioso.

“Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro Ministro a entregar os relatórios. Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, disse.

Preso por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o ex-secretário é investigado pelo envolvimento nos atos terroristas no DF. Ele estava à frente da segurança pública da capital federal quando os criminosos invadiram a sede dos Três Poderes.


Torres deve prestar depoimento à PF no dia 02 de fevereiro. Ele seria ouvido nesta segunda-feira 23, mas a audiência foi remarcada a pedido da defesa, que pediu mais tempo para analisar o conteúdo da investigação.

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