Política

O que a polícia apreendeu com golpistas nos 100 minutos que antecederam a invasão do Congresso

As informações constam do relatório da intervenção no DF, comandada por Ricardo Cappelli

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadem a sede do Congresso Nacional do Brasil em Brasília (Foto: EVARISTO SA / AFP)
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O interventor da União na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apresentou, nesta sexta-feira 27, o relatório sobre falhas operacionais em 8 de janeiro, dia em que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por terroristas bolsonaristas.

Segundo Cappelli, não faltou informação prévia às ações golpistas. Ele mencionou um relatório da Secretaria de Segurança Pública do DF datado de 6 de janeiro, entregue naquela tarde ao gabinete do então secretário Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

O documento já indicaria que a manifestação de extrema-direita era convocada com o objetivo de “tomada do poder”, mediante ameaça concreta de invasão de prédios públicos. Não houve, porém, uma resposta adequada da secretaria, segundo a conclusão da intervenção.

De acordo com o relatório da intervenção, a ação golpista teve início às 13h03 de 8 de janeiro, quando bolsonaristas deixaram o acampamento instalado em frente ao quartel-general do Exército em direção à Praça dos Três Poderes. Confira uma linha do tempo resumida:

  • 13h03: bolsonaristas saíram do acampamento e iniciaram a marcha;
  • 13h50: na Torre de TV, golpistas danificaram um veículo que passava pela marcha com pauladas e agrediram um dos ocupantes do automóvel;
  • 14h: na altura da sede do Ministério da Defesa, um manifestante foi detido portando facão, estilingues e esperas metálicas;
  • 14h10: bolsonaristas que passavam pela Torre de TV foram detidos portando estilingues, bolas de gude, balaclava e isqueiros. Uma testemunha afirmou ter ouvido um deles dizer que iria “quebrar tudo”;
  • 14h25: na altura da ERB, um manifestante foi detido portando balaclava, estilingues, segmentos de madeira, pedaços de tecido com vinagre, bolas de gude e esferas de estanho. Alegou que manifestantes tinham a intenção de invadir o Congresso Nacional;
  • 14h25: antes da linha de revista da PM-DF, foram apreendidos rojões, tesouras, máscaras antigás, estilingues, bolas de gude, estiletes, canivetes e fracos com gás e com líquidos inflamáveis;
  • 14h30: ao passarem pelo Estádio Nacional, manifestantes foram detidos portando óculos de esqui, material cortante/perfurante, estacas de madeira, estilingues e bolas de gude;
  • 14h43: golpistas romperam o gradil e iniciaram a invasão do Congresso.

“Às 14h43, ocorre a aproximação da manifestação da linha de contenção na Avenida da Bandeiras pela N1, onde manifestantes que já se encontravam na Esplanada assumiram posição nos gradis localizados na extensão em frente ao Congresso Nacional, e em movimento sincronizado, puxaram os mesmos para a retaguarda, permitindo a quebra da barreira e avanço dos manifestantes para desmontar a próxima linha de gradis e prosseguir para o Congresso Nacional”, diz o relatório.

Leia a íntegra do documento:

1 RELATÓRIO FINAL

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