Justiça

O próximo passo de Eduardo Appio para tentar voltar à 13ª Vara de Curitiba

O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, rejeitou um pedido para devolver o cargo ao juiz

O próximo passo de Eduardo Appio para tentar voltar à 13ª Vara de Curitiba
O próximo passo de Eduardo Appio para tentar voltar à 13ª Vara de Curitiba
O juiz Eduardo Appio. Foto: Reprodução/Justiça Federal
Apoie Siga-nos no

A defesa de Eduardo Appio apresentará um recurso ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, de manter o afastamento do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Salomão negou dois pedidos apresentados por Appio:

  • para suspender a decisão da Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que o retirou do cargo;
  • e para a Corregedoria Nacional de Justiça assumir no lugar do TRF-4 a apuração disciplinar em tramitação.

Appio foi suspenso do posto – e, portanto, dos processos da Lava Jato – em maio. A decisão do TRF-4 atendeu a uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli, que afirmou que seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu uma ligação telefônica com “ameaças”. O Tribunal teria indícios de que Appio seria o responsável pelo telefonema.

Os advogados de defesa protocolaram, então, um laudo pericial conduzido por Pablo Arantes, professor-adjunto do Laboratório de Fonética do Departamento de Letras na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo. Segundo ele, não há indícios para sustentar que seja de Appio a voz registrada no telefonema.

Ao rejeitar os pedidos de Appio, no entanto, Salomão afirmou haver “elementos suficientes” para manter o afastamento até o final das apurações. Ele mencionou ainda “a gravidade das condutas praticadas, na medida em que a conduta do magistrado investigado aparenta configurar possível ameaça a desembargador daquela Corte”.

Outro argumento citado para não suspender a decisão do TRF-4 é que a permanência do juiz no cargo “poderia atrapalhar a regular apuração de todo o ocorrido, com o livre acesso aos sistemas de informática da Justiça Federal e a possibilidade de manipulação de dados essenciais à Investigação”.

Paralelamente, o Conselho Nacional de Justiça conduz uma correição extraordinária na 13ª Vara e no TRF-4, os tribunais responsáveis pela Lava Jato na primeira e na segunda instâncias, respectivamente.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo