A Polícia Federal tenta entender o grau de envolvimento de Maria Aparecida Villas Bôas, esposa do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, na reunião preparatória do golpe, organizada por aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
As informações são da jornalista Andreia Sadi, colunista do G1. O encontro teria ocorrido em 12 de novembro de 2022, dias após o segundo turno das eleições, em um prédio localizado na Asa Sul, bairro nobre de Brasília.
A linha de investigação consta da transcrição do depoimento de Tercio Arnaud Tomaz, um dos ex-auxiliares de Bolsonaro investigado na Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim).
Os investigadores o questionaram sobre uma suposta intervenção feita por Cida, como é conhecida, no encontro. Arnaud, contudo, afirmou não ter participado da reunião e não forneceu detalhes sobre o encontro.
Essa mesma pergunta foi apresentada no depoimento do coronel aposentado Cleverson Ney Magalhães, que também não respondeu.
“Indagado qual foi a fala proferida por Cida Villas Bôas (Maria Aparecida Villas Bôas), esposa do general da reserva Eduardo Villas Bôas, respondeu que o declarante não sabe que fala foi essa, que o declarante não conhece pessoalmente Cida Villas Bôas”, diz a transcrição do depoimento de Arnaud.
Os detalhes dos depoimentos de militares e civis no bojo do inquérito que apura uma articulação pró-golpe de Estado após a vitória de Lula (PT), em 2022, se tornaram públicos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Cida Villas Bôas visitou o acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília, no dia 28 de dezembro de 2022. Ela estava a bordo de uma van adaptada para deficientes físicos e, ao acenar para os bolsonaristas, fez gestos que sugeriam a presença do marido no interior do veículo.
Ela não é investigada formalmente no inquérito e ainda não se manifestou sobre o caso.
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