Justiça
O novo ritmo das escolhas de Lula para o Supremo
Se no início dos anos 2000 a decisão saía em poucos dias, em 2023 o Planalto levou semanas para bater o martelo


O presidente Lula (PT) se prepara para indicar seu 11º ministro do Supremo Tribunal Federal, o terceiro em seu atual mandato. Levou pouco menos de um mês para encaminhar ao Senado cada escolha, mas a média subiu em seu terceiro governo.
Depois da aposentadoria de Rosa Weber, foram 58 dias até a indicação de Flávio Dino. No mesmo ano, a vaga deixada por Ricardo Lewandowski só foi preenchida 51 dias depois, com Cristiano Zanin.
Agora, o petista terá de apontar o substituto de Luís Roberto Barroso. O favorito até aqui é o advogado-geral da União, Jorge Messias. Correm por fora o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Confira a linha do tempo das indicações de Lula ao STF:
- 2003: 4 dias para indicar Ayres Britto como sucessor de Ilmar Galvão; 10 dias para indicar Cezar Peluso como sucessor de Sydney Sanches; 17 dias para indicar Joaquim Barbosa como sucessor de Moreira Alves
- 2004: 4 dias para indicar Eros Grau como sucessor de Maurício Corrêa
- 2006: 18 dias para indicar Ricardo Lewandowski como sucessor de Carlos Velloso; 42 dias para indicar Cármen Lúcia como sucessora de Nelson Jobim
- 2007: 11 dias para indicar Menezes Direito como sucessor de Sepúlveda Pertence
- 2009: 16 dias para indicar Dias Toffoli como sucessor de Menezes Direito
- 2023: 58 dias para indicar Flávio Dino e 51 dias para indicar Cristiano Zanin (succ. Ricardo Lewandowski)
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