Política
O novo capítulo da ruína do PSDB
A sigla tucana perdeu, de uma vez, a vice-governadora de Pernambuco e todos os 32 prefeitos que tinha eleito no estado; semanas antes, a governadora Raquel Lyra já havia migrado ao PSD
Em mais um importante capítulo do encolhimento vivido pelo PSDB nos últimos anos, a legenda acaba de perder, de uma só vez, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, e todos os 32 prefeitos e prefeitas que tinha no estado. Eles anunciaram desfiliação, sem informar o novo destino.
A debandada foi confirmada nesta quinta-feira 3 e acontece em resposta a uma decisão da Executiva Nacional do partido, que nomeou Álvaro Porto, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), como interventor da legenda no estado.
O agora ex-presidente do partido em Pernambuco, Fred Loyo, encabeça uma nota conjunta que conta também com as assinaturas de Priscila Krause e dos 32 prefeitos e prefeitas. Para o grupo, a nomeação de Porto é “injustificável”.
Os signatários afirmaram ainda que a mudança “representa um episódio de violência política e desrespeito na contramão de tudo o que sempre defendeu o PSDB: o respeito às regras, a decisões colegiadas e, acima de tudo, ao diálogo”.
As saídas desta quinta se somam à desfiliação da governadora Raquel Lyra que, de olho em 2026, deixou o PSDB e se filiou ao PSD no último mês de março. Na ocasião, Priscila Krause, a vice, trocou o Cidadania pelo PSDB, em uma espécie de ‘prêmio de consolação’ aos tucanos, articulado pelo grupo político da qual fazem parte. Ou seja: Krause ficou menos de um mês no PSDB.
“Nesse momento, mais importante é a certeza de que todo o nosso grupo político segue ainda mais firme e unido (…), sempre sob a liderança e condução da governadora Raquel Lyra”, escreveu a vice no X (antigo Twitter).
O Cidadania, antigo partido de Priscila Krause, também decidiu recentemente se afastar dos tucanos. Em 2022, as duas legendas se uniram em uma Federação. Em março, o Cidadania decidiu que a parceria vai ser encerrada em 2026.
A crise no partido pelo qual Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente, e que já foi a maior força de oposição ao PT no país, pode levar até mesmo à extinção. Não está descartada uma fusão ou incorporação por outra legenda.
O que diz o PSDB
Em nota enviada a CartaCapital, a Executiva Nacional do PSDB afirmou que a decisão de intervir no diretório de Pernambuco foi tomada “com base em critérios jurídicos e políticos claros” depois da saída de Raquel Lyra da legenda. Os tucanos afirmam que a governadora seguia exercendo “comando indireto” sobre a legenda em Pernambuco.
“A recente desfiliação de membros do PSDB no estado, incluindo prefeitos que foram beneficiados com milhões de reais do fundo eleitoral nacional tucano, configura um ato de extrema deslealdade. Ainda assim, o movimento já era esperado”, diz o texto da Executiva, que promete lançar chapa majoritária (para o governo e o Senado) em 2026.
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