‘Nunca tomou um café comigo’, diz Lira após Lula criticar o seu ‘poder imperial’

'Querendo me comparar, dizendo que sou poderoso, ao imperador do Japão, ele comete um ato falho muito grave da política mundial', reclamou o deputado

Arthur Lira e Lula. Fotos: Michel Jesus/Câmara dos Deputados e Ricardo Stuckert

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rebateu nesta terça-feira 3 uma declaração de Lula (PT). Mais cedo, no evento que oficializou o apoio do Solidariedade ao PT na eleição nacional, o ex-presidente da República afirmou que Lira tem “poder imperial” e age “como se fosse o imperador do Japão”.

A jornalistas, o deputado disse que Lula “vem cometendo atos falhos o tempo todo, não só comigo”.

“Querendo me comparar, dizendo que sou poderoso, ao imperador do Japão, ele comete um ato falho muito grave da política mundial: ele bateu no primeiro-ministro do Japão, que é quem tem o poder lá. O imperador lá não manda em nada”, devolveu Lira. O primeiro-ministro japonês é Fumio Kishida, empossado em outubro do ano passado. Já o imperador Naruhito, no posto desde 2019, tem função cerimonial.

O presidente da Câmara e líder do Centrão no Congresso emendou: “O presidente Lula não tem o que falar sobre o deputado Arthur Lira, porque ele não me conhece, nunca conversou comigo, nunca tomou um café. Nunca bati um papo, nunca tive o prazer ou desprazer de estar com ele. Não costumo falar de quem eu não conheço”.

A crítica de Lula se baseou na tentativa de Lira de acelerar os debates sobre o semipresidencialismo no Brasil. No mês passado, o deputado instalou um grupo para discutir a proposta.

“Se a gente ganhar as eleições e o atual presidente da Câmara continuar com o poder imperial, ele já está querendo criar o semipresidencialismo”, afirmou Lula. “Ele já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara dos Deputados e ele aja como se fosse o imperador do Japão.”


Para Lira, porém, “falar sobre semipresidencialismo é uma grosseria, uma desinformação”, já que, se aprovada pelo Congresso, a mudança só entraria em vigor em 2030.

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