Política
‘Nunca esteve tão ruim’: a nova crítica de Lula ao nível do Congresso
O presidente já havia disparado na véspera contra a qualidade do Legislativo


O presidente Lula (PT) voltou nesta quinta-feira 16 a criticar a atual composição do Congresso Nacional, um dia depois de disparar contra o “baixo nível” do Legislativo. Ele participou do ato político de abertura do 16º Congresso do PCdoB, em Brasília.
“Quem é deputado sabe que o Congresso nunca esteve tão ruim quanto hoje, com gente que não está qualificada para ser deputado, a não ser para fazer provocação e pergunta com o desgraçado do celular na mão, para fazer declaração na rede”, disse o presidente.
Segundo Lula, haverá no ano que vem uma disputa “da extrema-direita contra a esquerda e a democracia”.
“Por que a direita tem mais deputados que nós? Por que nossa votação para presidente não se reflete para deputado e para senador?”, questionou. “Possivelmente a gente não discute com seriedade. As pessoas se lançam e impõem ao partido sua candidatura. Nem sempre o partido pode escolher o melhor.”
O presidente também declarou que a esquerda leva uma “surra” dos adeversários na internet. “Ao longo da história, a direita tomou conta da rede digital. E levamos muito tempo para descobrir.”
Na quarta-feira 15, Lula já havia criticado o nível do Congresso. Ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um evento no Rio de Janeiro, o petista disse que “esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível que tem agora”. E emendou: “Aquela extrema-direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”.
Horas depois, em entrevista à GloboNews, Motta afirmou que em muitas ocasiões parlamentares criticaram com veemência o governo. De acordo com ele, a polarização faz com que declarações “ultrapassem o tom em diversos episódios”.
“Quando o presidente se referiu ao Congresso, acredito que sua crítica tenha sido mais direcionada à extrema-direita“, arriscou o deputado. “Se, no entanto, ele quis se referir ao Congresso como um todo, discordo plenamente, porque foi um Congresso que aprovou quase tudo o que o governo enviou — claro, com modificações —, mas que esteve ao lado, principalmente, da agenda econômica do governo.”
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