Política
Novo ministro da Secom critica decisão da Meta e pede regulamentação das redes
Sidônio Palmeira assumirá na semana que vem o cargo de Paulo Pimenta


O futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, classificou como “ruim para a democracia” a decisão da Meta de encerrar seu programa de fact-checking nos Estados Unidos, uma reviravolta nas políticas de moderação de conteúdo. A ordem de Mark Zuckerberg se alinha com as prioridades de Donald Trump, que tomará posse na Casa Branca em 20 de janeiro.
A determinação, neste momento, se aplica apenas aos norte-americanos. O Ministério Público Federal, porém, já pediu explicações sobre como a Meta adotará as mudanças no Brasil.
“Isso é ruim pra democracia, porque você não faz o controle da proliferação do ódio, da desinformação, das fake news“, disse Palmeira a jornalistas após participar do ato institucional sobre os dois anos dos ataques golpistas de 8 de Janeiro. “É preciso ter uma regulamentação das redes sociais.”
Segundo o publicitário, o governo brasileiro e a Justiça podem adotar critérios diferentes daqueles fixados pela Meta. “A gente tem um país autônomo, independente, que vai tomar as medidas necessárias”, afirmou. Ele não detalhou, porém, quais seriam as ações.
A cerimônia de posse de Sidônio Palmeira como substituto de Paulo Pimenta (PT) na Secom deve acontecer na próxima quarta-feira 14, no Palácio do Planalto.
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