Economia

Nova política da Petrobras vai ‘abrasileirar’ os preços para favorecer o mercado interno, explica Prates

Ao detalhar a nova política da empresa, o presidente se referiu à antiga paridade internacional de preços como uma ‘abstração’ indutora de crise política

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deu detalhes sobre a nova política de preços da Petrobras, anunciada nesta terça-feira 16, que põe fim à paridade internacional de preços sobre a cotação do petróleo.

Em entrevista coletiva, Prates defendeu o novo modelo de ‘abrasileirar’ os preços da estatal, sem que a referência ao petróleo e seus derivados, como gasolina e diesel, seja feita em dólar.

“Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas. Vamos usar as vantagens da Petrobras a nosso favor e a favor do país, sem se afastar da referência internacional dos preços”, anunciou.

O preço de paridade de importação foi implementado pela estatal em 2016, durante o governo de Michel Temer.

“Referência não é paridade de importação, é referência internacional. Isso significa que, evidentemente, quando o mercado lá fora estiver aquecido no petróleo e seus derivados com preços fora do comum, mais altos, isso será refletido no Brasil, porque abrasileirar os preços será levar nossas vantagens em conta, porém, sem tirar o brasil do contexto internacional”, acrescentou.

O presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também participou da coletiva, se referiram à antiga paridade de importação como ‘abstração’.

“O fato de eu ter uma refinaria no Brasil, ter boa parte dos meus custos em reais, não pode se comparar com a paridade de importação que era basicamente uma abstração. Era pegar um preço lá fora, colocá-lo aqui dentro com todos os custos, despesas e relacionamentos, como se ele tivesse sido produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui”, avaliou Prates.

O presidente defendeu que a nova política será capaz de mitigar a volatilidade internacional e, com isso, conter sucessões de reajustes, e evitar crise política, momento em que citou a paralisação de caminhoneiros em 2017 devido às altas frequentes no preço do óleo diesel.

“Em 2017 tivemos 118 reajustes ao longo de um ano e por isso tivemos a greve dos caminhoneiros, e crise política, causada pelo greve dos caminhoneiros, que se originou no erro crasso dessa política. Foi um experiencia ruim, traumática, e desde então esse PPI ficou sendo uma abstração”, disse o presidente, ao afirmar que a política se tornou quase uma auto imposição à estatal.

“Eu não preciso praticar o preço do meu concorrente se tenho vantagens competitivas aqui dentro. Então nós teremos a melhor alternativa de preços para os nossos clientes em cada ponto de venda da Petrobras, em cada porta de refinaria ou terminal”, garantiu.

O presidente da estatal ainda garantiu que a Petrobras não deixará de levar em conta sua rentabilidade. “A gente não vai descer absolutamente abaixo da rentabilidade. Eu vou fazer o melhor preço dentro das minhas possibilidades de produtor brasileiro”, explicou, ao novamente falar sobre a estratégia de ‘abrasileirar’ os preços da estatal.

“Se eu posso produzir com custos brasileiros, em território nacional, usando para esse efeito a autossuficiência conquistada perlo País, ela precisa valer de alguma coisa e fica refletida, portanto, nesse movimento que a Petrobras faz agora, política competitiva de preços para o mercado interno, favorecer o mercado brasileiro”.

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