Nossa aliança não é nova, diz presidenta do PCdoB sobre apoio a Maia

Apesar da decisão da legenda comunista, Luciana Santos afirma que bloco programático da esquerda continua unido na Câmara dos Deputados

Presidenta do PCdoB, Luciana Santos.

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“A aliança com o Rodrigo Maia não é nova”. É com essa frase que a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, explicou à CartaCapital decisão de seu partido de apoiar a reeleição do demista para a Câmara dos Deputados.

Na terça-feira, 15, o partido comunista se reuniu para decidir qual lado a sigla iria seguir na disputa do legislativo no novo ano, que começa em fevereiro. Dentro da esquerda e centro-esquerda, o PCdoB é a segunda legenda a apoiar a candidatura de Maia – que também tem o apoio da maioria das siglas e do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

No final de semana, o PDT apontou que a maioria de seus deputados votarão pela reeleição de Maia.

A decisão foi estratégia, diz Santos. Segundo ela, o campo da esquerda não tem chances de ganhar a eleição na Câmara e, nesse contexto, é preciso abrir espaço dentro do legislativo para que se possa fazer resistência ao governo federal de Jair Bolsonaro.

“A gente poderia optar por marcar oposição, só que isso significa a gente se isolar. Não podemos imaginar que a disputa da Mesa da Câmara é o terceiro turno das eleições porque não é. Ela é o espaço de embate de ideias e da resistência”, afirma.

O partido teve Manuela D’Ávila como vice na chapa do PT, com Fernando Haddad na disputa ao Palácio do Planalto. Procurada, a ex-vice-candidata à Presidência não foi encontrada para comentar a decisão de seu partido.


Passado

Ao dizer que a aliança com Maia não é nova, Santos lembrou que em disputa anterior, quando Eduardo Cunha (MDB) competia pela presidência com Maia, o PCdoB já havia se juntado ao demista para evitar a vitória emedebista. A decisão, afirma Santos, nada tem a ver com a posição programática do partido, que já deixou clara quais são suas pautas, ligadas ao desenvolvimento social.

Questionada se o deputado eleito Marcelo Freixo do PSOL não seria uma boa opção para presidente, Santos confirmou que seria uma opção “extraordinária”. Ela, entretanto, insistiu na ideia de que a conquistas de espaços do legislativo, como comissões temáticas e participação da sigla na Mesa Diretora, é uma arma importante no momento após a derrota da esquerda nas urnas.

“Marcar posição não resolve o problema da oposição na Câmara. O que resolve é ter alternativas de um presidente da Casa que respeite o regimento, que respeito a minoria, que respeite a democracia interna“, diz. Para ela, Maia terá autonomia suficiente para gerir essa parte do legislativo sem a influência de Bolsonaro.

O PSOL anunciou no início do ano o lançamento de Freixo para a vaga. PT, PSB e o partido socialistas concordaram, nesta semana, que devem lançar um único nome, mas o nome do socialista ainda não entrou na pauta da reunião.  O PSB pode também querer propor um nome para o pleito.

Bloco progressista

Santos afirmou também que a posição ontem nada diga respeito ao bloco programático proposto pelo PDT, PSB e PCdoB no final do ano passado. Tanto ela como deputados da sigla dizem que a união programática com as siglas progressistas se manterá, na defesa das pautas comuns à esquerda e centro-esquerda. O grupo não convidou nem PT nem PSOL para se juntarem.

“Programaticamente não temos nenhuma relação com Maia, temos pautas completamente antagônicas e vamos seguir assim. Trata-se de uma aliança democrática”, conclui a presidenta do PCdoB.

 

 

 

 

 

 


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