Política

Nossa aliança não é nova, diz presidenta do PCdoB sobre apoio a Maia

Apesar da decisão da legenda comunista, Luciana Santos afirma que bloco programático da esquerda continua unido na Câmara dos Deputados

Presidenta do PCdoB, Luciana Santos. Presidenta do PCdoB, Luciana Santos. Facebook
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“A aliança com o Rodrigo Maia não é nova”. É com essa frase que a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, explicou à CartaCapital decisão de seu partido de apoiar a reeleição do demista para a Câmara dos Deputados.

Na terça-feira, 15, o partido comunista se reuniu para decidir qual lado a sigla iria seguir na disputa do legislativo no novo ano, que começa em fevereiro. Dentro da esquerda e centro-esquerda, o PCdoB é a segunda legenda a apoiar a candidatura de Maia – que também tem o apoio da maioria das siglas e do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

No final de semana, o PDT apontou que a maioria de seus deputados votarão pela reeleição de Maia.

A decisão foi estratégia, diz Santos. Segundo ela, o campo da esquerda não tem chances de ganhar a eleição na Câmara e, nesse contexto, é preciso abrir espaço dentro do legislativo para que se possa fazer resistência ao governo federal de Jair Bolsonaro.

“A gente poderia optar por marcar oposição, só que isso significa a gente se isolar. Não podemos imaginar que a disputa da Mesa da Câmara é o terceiro turno das eleições porque não é. Ela é o espaço de embate de ideias e da resistência”, afirma.

O partido teve Manuela D’Ávila como vice na chapa do PT, com Fernando Haddad na disputa ao Palácio do Planalto. Procurada, a ex-vice-candidata à Presidência não foi encontrada para comentar a decisão de seu partido.

Passado

Ao dizer que a aliança com Maia não é nova, Santos lembrou que em disputa anterior, quando Eduardo Cunha (MDB) competia pela presidência com Maia, o PCdoB já havia se juntado ao demista para evitar a vitória emedebista. A decisão, afirma Santos, nada tem a ver com a posição programática do partido, que já deixou clara quais são suas pautas, ligadas ao desenvolvimento social.

Questionada se o deputado eleito Marcelo Freixo do PSOL não seria uma boa opção para presidente, Santos confirmou que seria uma opção “extraordinária”. Ela, entretanto, insistiu na ideia de que a conquistas de espaços do legislativo, como comissões temáticas e participação da sigla na Mesa Diretora, é uma arma importante no momento após a derrota da esquerda nas urnas.

Leia também: A ascensão Rodrigo Maia e o exílio do povo

“Marcar posição não resolve o problema da oposição na Câmara. O que resolve é ter alternativas de um presidente da Casa que respeite o regimento, que respeito a minoria, que respeite a democracia interna“, diz. Para ela, Maia terá autonomia suficiente para gerir essa parte do legislativo sem a influência de Bolsonaro.

O PSOL anunciou no início do ano o lançamento de Freixo para a vaga. PT, PSB e o partido socialistas concordaram, nesta semana, que devem lançar um único nome, mas o nome do socialista ainda não entrou na pauta da reunião.  O PSB pode também querer propor um nome para o pleito.

Bloco progressista

Santos afirmou também que a posição ontem nada diga respeito ao bloco programático proposto pelo PDT, PSB e PCdoB no final do ano passado. Tanto ela como deputados da sigla dizem que a união programática com as siglas progressistas se manterá, na defesa das pautas comuns à esquerda e centro-esquerda. O grupo não convidou nem PT nem PSOL para se juntarem.

“Programaticamente não temos nenhuma relação com Maia, temos pautas completamente antagônicas e vamos seguir assim. Trata-se de uma aliança democrática”, conclui a presidenta do PCdoB.

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