No Dia do Forró, Mário Frias defende ‘moralização’ dos mecanismos culturais: ‘Tornou-se meu objetivo’

O secretário fez ainda referência a Luiz Gonzaga para defender que 'a cultura não depende de gordas verbas públicas para existir'

O secretário especial da Cultura, Mario Frias. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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O secretário especial da Cultura, Mario Frias, declarou que a “moralização dos mecanismos culturais tornou-se objetivo” da sua gestão, durante discurso nesta segunda-feira 13. O ex-galã da TV Globo participava de cerimônia sobre o Dia do Forró, em Brasília, com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

 

 

“Presidente, desde que o senhor me nomeou como secretário especial da Cultura, tornou-se um objetivo para mim a moralização dos mecanismos culturais“, disse Frias. “Resgatamos a cultura do sequestro político e ideológico que dominou os recursos públicos durante décadas, favorecendo um grupo de pessoas que tinha apenas um interesse em mente: se perpetuar no poder.”

Na sequência, Frias disse que o trabalho da sua gestão “é desenvolver a cultura para o homem comum, devolver os circos para as praças, os coretos e escolas”.


Como a cerimônia também prestava homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga (1921-1989), Frias associou o artista aos seus planos na Secretaria e criticou o que chamou de “gordas” verbas à cultura.

“Nossa postura é para dar oportunidade para que surjam artistas como Luiz Gonzaga, como Dominguinhos, e tantos outros que nunca precisaram de verbas públicas para encantar nossos corações e preencher as nossas almas”, afirmou. “Nosso povo é criativo e guerreiro. A cultura não depende, definitivamente, de gordas verbas públicas para existir.”

Frias voltou a defender o veto ao passaporte de vacinação em projetos culturais que são financiados com recursos do Estado. Em 8 de novembro, a Secretaria Especial da Cultura havia publicado uma portaria que proibia a exigência do certificado no acesso desses eventos, mas, no sábado 11, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a apresentação do documento é obrigatória.

“A minha liberdade é inegociável”, disse Frias. “Eu vejo com muito temor o crescente avanço de alguns governadores e prefeitos contra as liberdades individuais. A nossa Secretaria tem combatido esses abusos com portarias que proíbem a exigência de passaporte vacinal em projetos financiados pelas leis de incentivo, garantindo, assim, o que está na lei: a livre fruição aos bens culturais.”

Ao fim do discurso, Frias se disse “radicalmente honesto, radicalmente patriota, radicalmente temente a Deus e radicalmente Bolsonaro”.

O presidente da República fez um breve discurso no evento, após uma apresentação artística de forrozeiros. Na solenidade, o Ministério do Turismo formalizou a designação do forró como Patrimônio Cultural do Brasil, honraria concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan.

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