Ninguém para trás

Camilo Santana detalha plano para combater a evasão no Ensino Médio e melhorar a qualidade da educação

Estratégia. “Para melhorar o resultado na ponta, é preciso olhar para as séries iniciais do ensino fundamental” , diz o ministro – Imagem: Luis Fortes/MEC

Apoie Siga-nos no

A cada ano, 480 mil estudantes do Ensino Médio abandonam os estudos, revelam dados do Ministério da Educação. Sem qualificação, boa parte desses jovens será empurrada para a informalidade, em ocupações de baixa remuneração, ou a engrossar as estatísticas de desemprego. O cenário é realmente desolador. Um em cada cinco brasileiros de 15 a 29 anos não estuda nem trabalha. O grupo conhecido como Nem-Nem totalizava mais de 10,9 milhões de jovens no fim de 2022, segundo a mais recente Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE em dezembro passado.

Para interromper esse ciclo de perpetuação da pobreza, o governo federal acaba de lançar o programa Pé de Meia. Além de oferecer uma bolsa para alunos de baixa renda, o projeto prevê a constituição de uma poupança individual, que os beneficiários só poderão sacar após a conclusão do Ensino Médio. Para receber os repasses mensais de 200 reais, os alunos deverão ter frequência igual ou superior a 80% das aulas. “Nosso desejo, claro, é zerar a evasão escolar, não deixar nenhum aluno para trás”, afirma o ministro da Educação, Camilo Santana, em entrevista a ­CartaCapital. “Mas estamos discutindo as metas com os governos estaduais, porque há desigualdades regionais, disparidades enormes entre uma rede de ensino e outra.”

Bolsa. Alunos de baixa renda vão receber repasses mensais de 200 reais – Imagem: Argel do Valle/GOVSP

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

Cláudio Lemos Silva de Toledo 4 de fevereiro de 2024 15h35
Me parece, pela primeira vez, haver luz no fim do túnel da educação brasileira. Contudo não podemos nos esquecer que, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, mais de 60% dos professores no país atuam com contratos temporários, sem falar na péssima remuneração praticada. Sem professores bem pagos e estáveis não há plano de educação que se sustente.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 5 de fevereiro de 2024 11h55
Não basta somente dinheiro. Há de se pensar em recuperar, também, a autoestima do professor, que é, talvez, uma das maiores vítimas do desmonte que a educação sofre desde há muito. E a esquerda deve fazer um mea culpa, pois também deu sua contribuição para a situação atual, com algumas atitudes intransigentes de certos líderes na área educacional. E chega de experimentos pedagógicos que não levam a lugar nenhum! Reconstruir uma boa relação entre professores e comunidade é tão ou mais importante quanto encher os cofres de dinheiro que depois é utilizado para comprar equipamentos que não são utilizados.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.