A cada ano, 480 mil estudantes do Ensino Médio abandonam os estudos, revelam dados do Ministério da Educação. Sem qualificação, boa parte desses jovens será empurrada para a informalidade, em ocupações de baixa remuneração, ou a engrossar as estatísticas de desemprego. O cenário é realmente desolador. Um em cada cinco brasileiros de 15 a 29 anos não estuda nem trabalha. O grupo conhecido como Nem-Nem totalizava mais de 10,9 milhões de jovens no fim de 2022, segundo a mais recente Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE em dezembro passado.
Para interromper esse ciclo de perpetuação da pobreza, o governo federal acaba de lançar o programa Pé de Meia. Além de oferecer uma bolsa para alunos de baixa renda, o projeto prevê a constituição de uma poupança individual, que os beneficiários só poderão sacar após a conclusão do Ensino Médio. Para receber os repasses mensais de 200 reais, os alunos deverão ter frequência igual ou superior a 80% das aulas. “Nosso desejo, claro, é zerar a evasão escolar, não deixar nenhum aluno para trás”, afirma o ministro da Educação, Camilo Santana, em entrevista a CartaCapital. “Mas estamos discutindo as metas com os governos estaduais, porque há desigualdades regionais, disparidades enormes entre uma rede de ensino e outra.”
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