Política
Nem foram condenados e já querem anistia, diz Lula sobre investigados pelo 8 de Janeiro
Segundo o presidente, a mensagem que as pessoas que fazem esse pedido passam é que são culpadas


O presidente Lula (PT) afirmou, nesta terça-feira 16, que o mundo vive um momento ‘engraçado’, onde pessoas que nem foram condenadas ainda pedem por anistia. As falas são em referência aos réus do 8 de Janeiro, que pressionam por uma anistia presidencial.
“Primeiro você espera ser condenado, você vai ser processado, vai ser julgado e aí sim pode-se discutir anistia. Mas as pessoas nem foram julgadas e já estão pedindo anistia”, disse o presidente em entrevista à RecordTV.
Diversos projetos que buscam anistiar os golpistas do 8 de Janeiro tramitam atualmente na Câmara de Deputados e no Senado. Entretanto, até o momento, nenhum chegou a avançar.
Segundo Lula, a mensagem que as pessoas que fazem esse pedido passam é que são culpadas. “Significa que essas pessoas estão dizendo ‘eu sou culpado, não precisa me condenar, me anistia antes de me condenar’. O que é um absurdo, estamos em um processo de investigação, de apuração”, afirmou.
Ainda conforme o presidente, somente após o fim das investigações da Polícia Federal e do processo que corre na Justiça que “vamos discutir o que fazer”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, já chegou a dizer em junho deste ano que uma possível anistia para os presos e condenados pelos atos do 8 de Janeiro caberia ao Supremo.
“Quem decide sobre anistia ou não é a Constituição Federal, e quem interpreta a Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal”, afirmou o ministro à época.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula compara Brasil pós-Bolsonaro com a Faixa de Gaza: ‘tudo destruído’
Por CartaCapital
Trump tentará ‘tirar proveito’ de atentado para vencer a eleição, diz Lula
Por CartaCapital
Descontextualização de trecho da entrevista de Lula à ‘Record’ irrita Haddad
Por CartaCapital