Política
Nas redes sociais, arcabouço fiscal engajou mais do que o retorno de Bolsonaro
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, governo Lula teve mais menções positivas nas redes e acertou em lançar proposta no mesmo dia em que o ex-capitão desembarcou no Brasil
O lançamento do arcabouço fiscal, feito pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet nesta quinta-feira 30, gerou mais engajamento nas redes sociais do que o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil. A comparação foi feita pelo pesquisador Felipe Nunes, diretor da consultoria Quaest.
Os dados coletados por Nunes mostram que a proposta de regra fiscal do governo Lula teve um pico de cerca de 35 mil menções simultâneas ao longo do dia, enquanto o retorno de Bolsonaro ao País atingiu pouco mais de 25 mil no ápice das manifestações. O levantamento leva em conta publicações nas redes sociais Twitter, Facebook e Instagram.
“Quem ganhou a narrativa no dia 30 de março? Bolsonaro, com a volta ao Brasil; ou o governo Lula, com a nova regra fiscal? Nas redes, Bolsonaro liderou as conversas nas redes até as 10h. Depois, só deu regra fiscal e o ministro Haddad. Vitoria da comunicação do governo”, comparou o pesquisador.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O arcabouço fiscal, teve, segundo os dados, 10 mil menções a mais do que a volta do ex-capitão se levado em conta o volume de postagens acumulado ao longo do dia. Enquanto as publicações mostram que Jair foi mencionado 483 mil vezes, o novo plano fiscal do governo Lula gerou 493 mil publicações.
“[Essa é] Mais uma evidência de que a estratégia de publicar o novo arcabouço fiscal hoje, junto com a chegada do ex-presidente Bolsonaro, foi acertada”, avaliou Nunes.
De acordo com o pesquisador, no quesito qualitativo, o governo federal também levou vantagem, já que a maioria das menções ao arcabouço fiscal foi positiva, enquanto o retorno de Bolsonaro gerou mais comentários negativos por parte dos internautas nas três redes analisadas.
Ao todo, foram 58% de menções positivas ao arcabouço fiscal em todo o decorrer do dia 30 de março, 39% das menções foram negativas e 3% puderam ser avaliadas como neutras. Pelo lado de Jair, as menções negativas somam 44%, enquanto o volume de publicações com tons positivos foi de 40%. 16% das postagens em relação à volta do ex-presidente foram neutras.
“A expectativa de que Bolsonaro exerça papel de liderança é sinal de que a oposição ainda está carente de um nome forte. Por enquanto, o ex-presidente mobiliza mais críticas. Entretanto, sua capacidade de se manter em evidência nas redes deve continuar a ser um sinal de alerta para o governo”, anotou a Quaest ao divulgar o relatório sobre o retorno do ex-capitão.
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