Economia
‘Não sei se o presidente está doente, mas ele tem a obrigação de pedir desculpas’, diz Lula a Bolsonaro
O petista se encontrou com deputados e senadores no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, local escolhido para a instalação do governo de transição


O presidente eleito Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira 10 que o candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL) tem a obrigação de pedir desculpas pelos ataques feitos às urnas eletrônicas durante o processo eleitoral.
O petista se encontrou com deputados e senadores no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, local escolhido para a instalação do governo de transição.
“Não sei se o presidente está doente, mas ele tem a obrigação de pedir desculpas à sociedade e as Forças Armadas por tê-las usado para ser humilhada apresentando um relatório que não diz nada do que ele propagou”, discursou Lula. “Um presidente pode errar, mas não pode mentir”.
A reunião com parlamentares é considerada mais um passo em busca do que o presidente eleito chama de “governo de diálogo”. Na quarta-feira 9, Lula esteve com Arthur Lira (PP), mandatário da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, e ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.
“Não vou conversar com o Centrão e sim com deputadas e deputados eleitos. As pessoas não são obrigadas a concordar comigo”, afirmou o petista. “O nosso governo vai ser o do diálogo, vai conversar com as Constituições”.
A chegada de Lula à capital federal tem sido usada para diferenciar as posturas do presidente eleito daquela adotada por Bolsonaro, que teve um governo recheado de embates com líderes de outros Poderes.
Na conversa com os parlamentares nesta quinta, o petista reforçou o discurso contra a fome e ressaltou o peso que os bancos públicos voltarão a ter em sua gestão.
Lula também usará o encontro para conversar deputados e senadores da importância da aprovação da PEC da Transição, que abrirá espaço no orçamento para garantir o Auxilio Brasil no valor de 600 reais, o aumento do salário mínimo e investimentos em Saúde e Educação.
A equipe de transição ainda não definiu qual será o valor da PEC – estima-se algo que vá de 80 bilhões de reais a 150 bilhões de licença para gastos fora do teto de gastos.
O texto final, apurou CartaCapital, será apresentado na próxima. Ficou definido que a PEC será enviada primeiro ao Senado, já que Pacheco garantiu que vai acelerar a votação. Para ser aprovado, o texto precisa de 308 votos na Câmara e 49 na Casa Alta do Congresso.
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