Não é humanamente possível aceitar situação em Gaza, diz Lula em almoço com repatriados

Em um almoço de boas-vindas nesta segunda-feira 25 com repatriados que chegaram ao Brasil, vindos da Faixa de Gaza, o presidente Lula (PT) fez críticas à situação de violência que está acontecendo na região.

“Não é humanamente possível aceitar o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Não é possível a morte de tantas mulheres e tantas crianças. A destruição de todo o patrimônio construído pelo povo palestino”, disse Lula, referindo-se ao conflito entre Israel e Hamas.

O presidente também defendeu “ser preciso urgentemente a liberação de reféns”, numa referência aos israelenses sequestrados e ainda retidos pelo Hamas.

Lula ainda reforçou que o governo segue negociando para repatriar brasileiros e parentes que ainda estejam em Gaza.

“A nossa diplomacia vai continuar conversando com a diplomacia de Israel para liberar as pessoas que ainda estão na Faixa de Gaza”, afirmou.

“Enquanto tiver alguém na Faixa de Gaza querendo voltar pro Brasil, nós estaremos a disposição para buscar”, continuou. Lula participou do almoço com o grupo que chegou ao Brasil no último sábado 23 ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.

O presidente exaltou o trabalho da equipe multidisciplinar da Operação Voltando em Paz. “Eu quero que vocês tenham um almoço muito tranquilo e saibam que vamos continuar cuidando de vocês da melhor forma possível”.

Participam do almoço 21 das 30 pessoas que chegaram a solo brasileiro num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), após terem embarcado no Cairo, capital do Egito, no terceiro voo da Operação Voltando em Paz exclusivo para repatriados com origem em Gaza.

Os demais passageiros já seguiram viagem para seus destinos finais, em estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Lula chegou ao meio-dia no Hotel de Trânsito da Base Aérea de Brasília, onde os repatriados estão hospedados temporariamente. Ao chegar, conversou com as crianças repatriadas e tirou foto com o grupo.

Cenário internacional

Ao falar com a imprensa, o ministro Paulo Pimenta (Secom) afirmou que o presidente Lula tem sido uma voz muito firme no cenário internacional em defesa da paz, e que o governo brasileiro não vai silenciar diante de uma realidade na qual já morreram mais de 20 mil pessoas em Gaza.

Mais de 40% dessas pessoas são crianças, 80% são crianças, mulheres e idosos. Não é possível que o mundo assista a tudo isso sem que a gente encontre uma solução imediata para a paz”, disse.

O ministro informou que o presidente Lula, a partir desta terça-feira 26, vai tirar alguns dias de recesso e retornará no início de janeiro.

De acordo com ele, mesmo durante o recesso, o presidente continuará acompanhando tudo aquilo que está acontecendo e coordenando as ações.