Política
Nações Unidas destacam problemas do crescimento de Macaé
Relatório da organização afirma que investimentos no setor petrolífero não podem criar mais exclusão na cidade fluminense
Um estudo inédito do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), divulgado nesta terça-feira 21, chamou a atenção do Brasil para o crescimento acelerado de Macaé, cidade no litoral do Rio de Janeiro, devido aos investimentos petrolíferos. Segundo o órgão, é preciso garantir que os interesses do setor não prejudiquem o meio ambiente e aumentem o número de pessoas em situação precária, a maioria delas em áreas de preservação.
A ONU destaca o crescimento relâmpago de Macaé, que passou de “um pequeno município agrícola para uma base de operações petrolíferas” repleto de investimentos capazes de elevarar o PIB per capita para quase 27 mil dólares (a média do Brasil é de 10 mil dólares).
A cidade cresceu 600% nos últimos dez anos, segundo dados da prefeitura, por conta do desenvolvimento da indústria do petróleo e gás. O local fica na Bacia de Campos, responsável por 80% da produção de petróleo e 47% da produção de gás natural brasileira.
Entre 1980 e 2010, a população da cidade aumentou 170% e passou de 75,8 mil habitantes para mais de 206 mil, 10% deles estrangeiros. Por isso, diz a ONU, é preciso atender a forte demanda de serviços públicos e infraestrutura para melhorar a qualidade de vida de pessoas em habitações precárias, muitas delas em áreas de preservação. O estudo destaca que o emprego formal aumentou, mas a exigência de qualificação excluiu muitos habitantes das vagas.
O relatório pede atenção para o Complexo Petroquímico de Rio de Janeiro (COMPERJ) em Itaboraí, em uma área de influência de outros 10 municípios e 2 milhões de pessoas (18% deles em áreas precárias), que deve gerar 200 mil empregos diretos e indiretos com a instalação de outras indústrias petroquímicas. O investimento de 8,4 bilhões de dólares, aponta a organização, pode trazer enorme impacto social, econômico e ambiental devido à necessidade de aumento de impostos para implementá-lo e também uma transformação do perfil da região. “Isso traz um risco de que o projeto ultrapasse suas capacidades institucionais e aumente a população em situação de exclusão se as medidas para o fortalecimento da governabilidade local não forem tomadas.”
Para mitigar o risco, a ONU e a Universidade Federal Fluminense apoiaram o consórcio intermunicipal de desenvolvimento do leste fluminense, formado por Itaboraí, Niterói, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Magé, Maricá, Río Bonito, Silva Jardim y Tanguá. A aliança busca promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Curitiba e o lixo
A capital paranaense também aparece com destaque no estudo, por ser considerada um modelo de gestão de resíduos sólidos ao implantar a coleta seletiva de lixo para a reciclagem em 1990. Desde então, a cidade realiza campanhas educativas para estimular famílias e empresas a separarem os resíduos por meio de convênios com supermercados e grandes produtores de detritos.
A ONU também destaca o programa de compra de lixo da cidade para atender as necessidades de setores mais pobres. A cada saco de oito e dez quilos de resíduos entregue, a pessoa recebe um vale transporte. Há também o pagamento de uma porcentagem a uma associação de bairro para investimentos na vizinhança.
Curitiba aparece ainda no relatório pela aposta na alta tecnologia e inovação com o objetivo de virar um centro regional para empresas especializadas. Desde 2008, a cidade criou um parque tecnológico que liga entidades educacionais e empresas do setor com incentivos a grandes companhias.
O programa inclui mais de 150 empresas que representam 16 mil empregos diretos. O parque está ligado especialmente aos setores de telecomunicações, informática, desenvolvimento de software, gestão de dados e distribuição de informações eletrônicas, biotecnologia e nanotecnologia.
Um estudo inédito do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), divulgado nesta terça-feira 21, chamou a atenção do Brasil para o crescimento acelerado de Macaé, cidade no litoral do Rio de Janeiro, devido aos investimentos petrolíferos. Segundo o órgão, é preciso garantir que os interesses do setor não prejudiquem o meio ambiente e aumentem o número de pessoas em situação precária, a maioria delas em áreas de preservação.
A ONU destaca o crescimento relâmpago de Macaé, que passou de “um pequeno município agrícola para uma base de operações petrolíferas” repleto de investimentos capazes de elevarar o PIB per capita para quase 27 mil dólares (a média do Brasil é de 10 mil dólares).
A cidade cresceu 600% nos últimos dez anos, segundo dados da prefeitura, por conta do desenvolvimento da indústria do petróleo e gás. O local fica na Bacia de Campos, responsável por 80% da produção de petróleo e 47% da produção de gás natural brasileira.
Entre 1980 e 2010, a população da cidade aumentou 170% e passou de 75,8 mil habitantes para mais de 206 mil, 10% deles estrangeiros. Por isso, diz a ONU, é preciso atender a forte demanda de serviços públicos e infraestrutura para melhorar a qualidade de vida de pessoas em habitações precárias, muitas delas em áreas de preservação. O estudo destaca que o emprego formal aumentou, mas a exigência de qualificação excluiu muitos habitantes das vagas.
O relatório pede atenção para o Complexo Petroquímico de Rio de Janeiro (COMPERJ) em Itaboraí, em uma área de influência de outros 10 municípios e 2 milhões de pessoas (18% deles em áreas precárias), que deve gerar 200 mil empregos diretos e indiretos com a instalação de outras indústrias petroquímicas. O investimento de 8,4 bilhões de dólares, aponta a organização, pode trazer enorme impacto social, econômico e ambiental devido à necessidade de aumento de impostos para implementá-lo e também uma transformação do perfil da região. “Isso traz um risco de que o projeto ultrapasse suas capacidades institucionais e aumente a população em situação de exclusão se as medidas para o fortalecimento da governabilidade local não forem tomadas.”
Para mitigar o risco, a ONU e a Universidade Federal Fluminense apoiaram o consórcio intermunicipal de desenvolvimento do leste fluminense, formado por Itaboraí, Niterói, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Magé, Maricá, Río Bonito, Silva Jardim y Tanguá. A aliança busca promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Curitiba e o lixo
A capital paranaense também aparece com destaque no estudo, por ser considerada um modelo de gestão de resíduos sólidos ao implantar a coleta seletiva de lixo para a reciclagem em 1990. Desde então, a cidade realiza campanhas educativas para estimular famílias e empresas a separarem os resíduos por meio de convênios com supermercados e grandes produtores de detritos.
A ONU também destaca o programa de compra de lixo da cidade para atender as necessidades de setores mais pobres. A cada saco de oito e dez quilos de resíduos entregue, a pessoa recebe um vale transporte. Há também o pagamento de uma porcentagem a uma associação de bairro para investimentos na vizinhança.
Curitiba aparece ainda no relatório pela aposta na alta tecnologia e inovação com o objetivo de virar um centro regional para empresas especializadas. Desde 2008, a cidade criou um parque tecnológico que liga entidades educacionais e empresas do setor com incentivos a grandes companhias.
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