Musk recebeu homenagem de general do Exército investigado por trama golpista de 2022

A honraria concedida ao bilionário é a Ordem do Mérito da Defesa, no grau de Comendador

Elon Musk e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Foto: Antônio Nóbrega/Ministério da Defesa

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O empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), recebeu em 19 de maio de 2022 uma honraria do governo de Jair Bolsonaro (PL), assinada pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

A homenagem concedida ao bilionário é a Ordem do Mérito da Defesa, no grau de Comendador.

Musk virou alvo de críticas de integrantes do governo Lula (PT) após deflagrar uma campanha contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e decisões da Corte. O chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, afirmou ter denunciado em uma reunião da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington (EUA), “o recente ataque coordenado pela extrema-direita transnacional contra a democracia brasileira”.

Nogueira, ex-comandante do Exército, entrou na mira da Polícia Federal na investigação sobre a trama golpista para impedir a posse de Lula após a derrota de Bolsonaro, em 2022. Em depoimento, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira, disse que o ex-ministro da Defesa tentou entregar a ele uma minuta de teor golpista.

Baptista Júnior, no entanto, afirmou ter se negado a receber o documento.

O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes relatou à PF, por sua vez, que Bolsonaro apresentou pessoalmente, em uma reunião no Palácio da Alvorada, uma minuta de decreto que consumaria o golpe. Estaria presente, além do então presidente, de Baptista Júnior e de Nogueira, o então comandante da Marinha, Almir Garnier.


Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira era o ministro da Defesa à época em que a pasta elaborou um relatório sobre as urnas eletrônicas, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral em novembro de 2022.

A auditoria dos militares não identificou qualquer fraude no pleito, mas, ao contrário do monitoramento de outras entidades, levantou especulações e apresentou uma série de recomendações.

O relatório alega, por exemplo, que a partir dos testes de funcionalidade, realizados por meio do teste de integridade e do projeto-piloto com biometria, “não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”.

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