Política

MST denuncia ‘despejo’ e deixa fazendas da Suzano na Bahia

Desocupação ocorreu de forma pacífica, dizem o movimento e a empresa

MST denuncia ‘despejo’ e deixa fazendas da Suzano na Bahia
MST denuncia ‘despejo’ e deixa fazendas da Suzano na Bahia
Famílias deixam fazendas da Suzano na Bahia. Foto: Paulinho e Daniel Violal/Coletivo de Comunicação do MST-BA
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra informou que encerrou a ocupação das três fazendas de monocultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose nos municípios de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas, no sul da Bahia, nesta terça-feira 7. As ações haviam ocorrido no início da semana passada.

Cerca de 1,5 mil pessoas participavam da ocupação. Em nota, a organização afirmou que as famílias sem terra sofreram “despejo” e se dirigiram para acampamentos vizinhos.

Tanto o movimento como a Suzano dizem que a desocupação ocorreu de forma pacífica.

A iniciativa teve como justificativa a alegada falta de cumprimento pela Suzano de um acordo firmado há mais de dez anos, que diz respeito à destinação de terras a 650 famílias. A companhia nega descumprimento do acordo.

Representantes do MST esperam se reunir com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, nesta quarta-feira 8, às 14 horas, junto com a Suzano e membros do governo da Bahia, de Jerônimo Rodrigues (PT).

Em nota, a papeleira declarou que está conduzindo uma apuração dos “prejuízos causados”.

Em entrevista a CartaCapital na semana passada, o militante Evanildo Costa, da direção nacional do MST na Bahia, afirmou que “muitos conflitos vão pipocar” durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A estimativa do movimento é de que 250 mil famílias estejam aguardando processos para serem assentadas em alguma propriedade de terra. A ocupação na Suzano, segundo ele, é um “instrumento de pressão”.

“É um acúmulo de demandas que as pessoas estão esperando há muito tempo e querem uma alternativa”, disse. “A espera tem sido muito grande, o sofrimento tem sido muito grande. Então, vão surgir muitos conflitos, e os membros do governo precisam saber como vão lidar com essa situação.”

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