Política

MPT já recebeu 183 denúncias de assédio eleitoral em empresas do País

Região Sul lidera as denúncias de patrões que pressionam empregados em favor de um candidato

MPT já recebeu 183 denúncias de assédio eleitoral em empresas do País
MPT já recebeu 183 denúncias de assédio eleitoral em empresas do País
Urna. Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil.
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O Ministério Público do Trabalho já recebeu, até esta segunda-feira 10, 183 denúncias de assédio eleitoral em empresas de todo o Brasil. Ao todo, os casos se dividem em 21 estados e no Distrito Federal. O alto volume de casos fez com que a entidade tivesse que editar uma nota técnica com novas orientações aos procuradores para este segundo turno.

A maior parte das denúncias, segundo o balanço parcial revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, está na região Sul do País. Ao todo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná somam 60 denúncias ou 43% dos casos de assédio que vieram à tona até o momento. Por lá, inclusive estão os casos de maior repercussão até aqui, das empresas Stara, no RS, e Concrevali, no PR.

Na primeira empresa, que vende implementos agrícolas, os funcionários foram ameaçados com áudios para que não votassem em Lula (PT). No dia seguinte ao primeiro turno, a empresa editou um comunicado informando que, caso o petista vença as eleições, irá cortar seus negócios. Ao MPT, a Stara alegou se tratar apenas de uma ‘revisão de projeções’ e não de assédio eleitoral. A entidade, no entanto, não acatou os argumentos e pede, em uma ação civil pública, que a empresa pague 10 milhões de reais por dano moral coletivo.

No segundo caso de maior repercussão, a empresa Concrevali ameaçou cortar 30% dos funcionários caso Lula vença a disputa eleitoral. Uma audiência deve ocorrer no MPT-PR nesta terça-feira 11 para tratar do caso. Publicamente, a empresa nega intimidação aos trabalhadores e dá justificativas semelhantes ao caso da Stara.

Para além da região Sul do País, o Sudeste, puxado por São Paulo, também possui um alto índice de denúncias. São 33 relatos de assédio eleitoral computados pelo MPT, sendo 23 registros apenas no território paulista. O Nordeste possui 22, o Centro-Oeste tem 13 denúncias e o Norte, 10. Nas últimas duas regiões, o volume de denúncias pode ser ainda maior, já que quatro estados ainda não computaram os números no balanço. São eles: Mato Grosso do Sul, Goiás, Amapá e Roraima.

O alto volume de denúncias fez com que o MPT precisasse reorientar a atuação dos seus procuradores. Uma nota técnica divulgada na sexta-feira 7 pede que procuradores reforcem a atuação para proibir ameaças e constrangimentos por parte das empresas nestas eleições.

O texto diz ainda que mais ações de conscientização devem ser promovidas com a Justiça Eleitoral para que as empresas não promovam novos casos de assédio eleitoral, como a orientação de voto em um candidato ou a criação de obstáculos para que trabalhadores votem no dia da eleição.

Leia a íntegra da nota técnica do MPT:

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