Justiça
MPF pede a suspeição do novo juiz da Lava Jato
Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada anteriormente por Sergio Moro
O Ministério Público Federal no Paraná pediu nesta sexta-feira 3 que o novo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Fernando Appio, se declare suspeito por supostas doações à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022
No pedido, assinado pela procuradora Carolina Bonfadini de Sá, o MPF cita a suposta identificação de Appio como “LUL22” no sistema processual da Justiça paranaense.
O documento destaca uma suposta aproximação do juiz com investigados na Lava Jato, o que indicaria “quebra da imparcialidade”.
No final da semana passada, Appio afirmou não reconhecer a suposta doação de 13 reais à campanha do PT. “Nunca fui filiado a nenhum partido. Não tenho tendência político-partidária”, disse ao site Poder360.
Crítico do que chama de “atuação política” da Justiça, Eduardo Appio assumiu o cargo em fevereiro com contestações ao ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e ao ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que se notabilizaram a partir da Lava Jato.
Em entrevista ao G1, Appio disse que pretende colocar um fim à espetacularização dos processos e resgatar a credibilidade das ações sob seu comando.
Nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acionou o Conselho Nacional de Justiça para tentar afastar Appio do cargo com os mesmos argumentos utilizados pelo MPF.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.