Justiça

MPE quer provas da trama golpista em ação contra Bolsonaro no TSE

O ex-presidente e aliados estão na mira da Corte por ataques ao sistema eleitoral. A palavra final será da ministra Isabel Gallotti

MPE quer provas da trama golpista em ação contra Bolsonaro no TSE
MPE quer provas da trama golpista em ação contra Bolsonaro no TSE
O ex-presidente Jair Bolsonaro condenado a 27 anos de prisão por golpe de Estado. Foto: Antonio Augusto/STF
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O vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa Bravo Barbosa defendeu, em manifestação enviada ao Tribunal Superior Eleitoral na terça-feira 28, a utilização de provas colhidas na investigação da trama golpista em uma ação que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

Caso a relatora do processo, ministra Isabel Gallotti, siga o entendimento do Ministério Público Eleitoral, a apuração no TSE contará com elementos do inquérito da Polícia Federal, da denúncia da Procuradoria-Geral da República e da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em março, a coligação liderada pelo PT em 2022 solicitou a utilização do material.

Na petição, Barbosa escreveu que, a princípio, o órgão não realizou “juízo prévio de mérito sobre o valor que essas provas eventualmente terão (ou não) sobre os fatos controvertidos”, sendo este o momento de “mera admissão da prova postulada”. O representante do MPE relembrou no documento que a chamada “minuta do golpe” foi incluída em processos do mesmo tipo em tramitação no TSE.

Além de Jair Bolsonaro, estão entre os alvos da ação o ex-ministro Walter Braga Netto (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Magno Malta (PL-ES), Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

A apuração trata da possível prática de “ataques contra o sistema eleitoral com objetivo de abalar a normalidade do pleito e deslegitimar a eleição com a eliminação das estruturas democráticas para a perpetuação do grupo político no poder”.

No Supremo Tribunal Federal, a ação penal contra o núcleo crucial do golpe de Estado terminou em setembro com a condenação dos oito réus, entre eles Bolsonaro e Braga Netto.

O ex-presidente também já sofreu duas condenações no TSE e está inelegível. Em 30 de junho de 2023, o tribunal considerou que ele cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no caso da reunião com embaixadores em julho de 2022. Em outubro do mesmo ano, a Corte o condenou por abuso de poder político nos atos de 7 de Setembro de 2022.

Leia a manifestação do MPE: 

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