Política

MP pede ao TCU apuração sobre riscos da exploração de Petróleo na foz do Amazonas

O pedido, enviado pelo subprocurador Lucas Furtado, acontece em meio ao embate pela licença para perfurar o bloco FZA-M-59

MP pede ao TCU apuração sobre riscos da exploração de Petróleo na foz do Amazonas
MP pede ao TCU apuração sobre riscos da exploração de Petróleo na foz do Amazonas
Fachada do prédio do TCU. Foto: Agência Senado
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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu à Corte uma avaliação sobre eventuais riscos no projeto de exploração de petróleo na foz do Amazonas. A solicitação, enviada nesta segunda-feira 22 pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, cita a necessidade de acompanhar as discussões sobre o tema e fornecer subsídios técnicos ao governo.

O pedido vem na esteira da crise aberta entre o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, a Petrobras, ministros do governo e parlamentares. As divergências se ampliaram na semana passada, quando o Ibama negou a licença solicitada pela petrolífera para perfurar o bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, considerado o “novo pré-sal” do País.

De acordo com o instituto, o projeto da Petrobras apresentou “inconsistências preocupantes” para uma operação em área de “alta vulnerabilidade socioambiental”. Impactos em três terras indígenas em Oiapoque também não foram devidamente explicados, acrescentou o órgão.

No dia seguinte, a estatal anunciou um recurso contra a decisão do Ibama.

Para o MP de Contas, o tribunal deve se manifestar sobre o caso pela sua “competência constitucional de exercício do controle externo”. “Sendo assim, cabe ao TCU avaliar não apenas a legalidade desse empreendimento na importantíssima região amazônica, mas também sua economicidade”, afirma.

No pedido, Furtado ainda destaca o potencial da Petrobras como estatal capaz de atrair investimentos estrangeiros e gerar empregos no País. “De certo, o risco ambiental está presente em qualquer empreendimento humano. Há de se acompanhar toda a operação diante da possibilidade de lesão ambiental, mas esse aspecto deve ser considerado em um sistema fluido onde outros aspectos também necessitam ser sobrepesados, tal qual o desenvolvimento econômico e a geração de renda aos brasileiros.”

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