O subprocurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, pediu ao presidente da Corte, Bruno Dantas, que os processos sobre a atuação do ex-juiz Sergio Moro na Lava Jato percam o sigilo.
Trata-se de uma etapa das apurações que miram a relação entre Moro e a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal. Por isso, o foco de Furtado é a lista de processos do ex-magistrado contra a Odebrecht.
Em dezembro, Furtado já havia manifestado a intenção de compreender os termos da atuação de Moro, sob suspeita de ter recebido para fornecer informações privilegiadas à consultoria. Moro, como magistrado, julgou e condenou executivos da Odebrecht, cliente da consultoria no processo de recuperação judicial. O ex-ministro de Jair Bolsonaro está na mira do TCU por um suposto conflito de interesse.
Para concluir, portanto, qual foi o papel de Moro no caso, o subprocurador-geral pediu a Bruno Dantas em dezembro o acesso a informações de todos valores envolvidos no rompimento de Moro com o escritório.
Moro, contratado pela Alvarez & Marsal em 2020, após deixar o governo, foi anunciado pela própria empresa como sócio-diretor de Disputas e Investigações. Poucos meses depois, conforme manifestação do escritório ao TCU, ele foi ‘rebaixado’ a ‘consultor’. Em outubro de 2021, para Moro se dedicar à pré-campanha pelo Podemos à Presidência, o contrato foi rescindido.
“Portanto, venho solicitar e propor a vossa excelência que adote medidas no sentido de tornar público todas as peças dos processos envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro, especialmente relacionados à Odebrecht S.A e à empresa Alvarez & Marsal, com ressalvas àquelas que motivadamente devam ser resguardadas sob sigilo”, diz o ofício de Furtado enviado a Dantas nesta segunda 17, divulgado pela revista Veja.
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