Política

Moro reclama de investigação sobre possível fraude em mudança de domicílio eleitoral

O ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro alegou se tratar de uma tentativa de ‘intimidar uma possível candidatura’

O ex-juiz Sergio Moro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) voltou a reclamar da investigação de possível fraude na mudança de seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Em vídeo publicado nesta terça-feira 17, ele diz se tratar de uma tentativa de “intimidar uma possível candidatura”.

“Enquanto isso, tem condenado em três instâncias por corrupção solto por aí posando de candidato a salvador da Pátria”, disse o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, sem citar nomes.

Ao tentar justificar a mudança para São Paulo, alegou na gravação que, no governo Bolsonaro, transferiu “os criminosos mais perigosos do estado para presídios federais de segurança máxima”.

“Eles comandavam crimes de dentro dos presídios estaduais. Tinham até planos de resgate e ameaça de morte a juízes e promotores estaduais”, prosseguiu. “Foi game over para as lideranças do PCC.”

Moro ainda mencionou supostos benefícios ao País promovidos pela Lava Jato e afirmou que transferir o domicílio eleitoral “é um direito de qualquer brasileiro”.

Há, porém, aspectos levantados pela investigação que o ex-juiz não explicou. O Ministério Público Eleitoral de São Paulo determinou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para investigar se Moro cometeu fraude na mudança de domicílio eleitoral.

No documento, ao qual o jornal O Globo teve acesso, o promotor escreveu que as explicações apresentadas por Moro e sua mulher, Rosângela, também alvo da ação, “não convencem, impondo-se a necessidade de aprofundamento das investigações para melhor compreensão dos fatos”. O promotor solicitou ainda que o casal preste depoimento.

Pelo menos nesta fase investigatória, quando ainda não foram ouvidas testemunhas e colhidos eventuais elementos comprobatórios complementares, não se pode aceitar o fraco argumento de Sergio Moro de que tem vínculo com a cidade de São Paulo porque recebeu honrarias – a da Grã-Cruz da Ordem do Ipiranga, é condecoração do Estado, e as demais de outras cidades paulistas, não de São Paulo/SP (Sorocaba, Rio Grande da Serra e Itaquaquecetuba)”, escreve o promotor, que acrescenta: “Ou que foi contratado pela empresa Alvarez & Marsal — trata-se de empresa para qual prestou serviços por curto período nos Estados Unidos, que tem sede em Nova York, sendo irrelevante por óbvio que tenha um escritório na cidade de São Paulo”.

O MPE também questiona o argumento de que Moro participou de algumas reuniões políticas no Hotel Continental da Alameda Santos, em São Paulo.

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