Justiça

Moro explica seu plano anticrime em palestra na Faculdade de Lisboa

Além de Moro, participa do evento Rodrigo Maia, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes entre outras autoridades

Moro explica seu plano anticrime em palestra na Faculdade de Lisboa
Moro explica seu plano anticrime em palestra na Faculdade de Lisboa
(Foto: Agência Brasil)
Apoie Siga-nos no

A Faculdade de Direito de Lisboa será durante três dias, a partir desta segunda-feira 22, palco do VII Fórum Jurídico sobre Justiça e Segurança, organizado em parceria com o Instituto Brasiliense de Direito Público e Fundação Getúlio Vargas. Para esta edição, nomes de peso da política e da justiça do Brasil estão presentes na capital portuguesa, como o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, o presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia, o senador Antônio Anastasia, e os ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que deveria abrir o evento, não compareceu. Muitas postagens nas redes sociais condenavam a presença das autoridades brasileiras no país, e principalmente a de Moro.

A conhecida escritora e jornalista portuguesa, Alexandra Lucas Coelho, mostrou-se indignada com o patrocínio da Presidência da República e da Universidade Pública de Portugal ao Fórum que tem como orador principal “o ministro dos gangsters como combatente da justiça”, segundo classificou Alexandra Coelho, sobre a intervenção de Sérgio Moro.

Criminalidade : grande disparidade entre Brasil e Portugal

O ministro brasileiro veio apresentar o seu projeto de lei anticrime, apesar das grandes diferenças das realidades do Brasil e Portugal. “Eu vim a convite da faculdade de direito de Lisboa para expor sobre o projeto anticrime. É sempre importante poder convencer as pessoas porque aqui vão estar autoridades brasileiras de grande relevância mas também autoridades portuguesas. E a gente sempre teve essa ótima relação com Portugal. As realidades são muito diferentes: a nossa taxa de homicídio no Brasil é em torno de 30 por 100 mil habitantes, enquanto que aqui é um pouco mais do que um. A disparidade é muito grande e o contexto é diferente para explicar as ideias, mas claro que eles vão entender a necessidade que nós vamos tomar algumas medidas duras para reduzir a nossa taxa de criminalidade”, afirmou Moro aos jornalistas.

Entre as diferenças, o Moro exemplificou algumas situações semelhantes sobre as dificuldades institucionais que dificultam e obstruem a Justiça em casos como a Operação Marques, que envolveu o ex-premiê José Socrates em Portugal, e a Lava-Jato no Brasil.

“Perseguição” ao STF

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, um dos organizadores do encontro, afirmou à RFI que o Supremo Tribunal Federal vem sofrendo ataques constantes.

Gilmar defendeu o ministro José Antonio Dias Toffoli no caso sobre a ordem do STF de retirar da internet reportagens que vinculavam o presidente da corte com o empresário Marcelo Odebrecht, detido em prisão domiciliar por corrupção.

A decisão foi adotadao no âmbito de investigações por supostas ofensas e notícias falsas contra juízes.

Gilmar Mendes defende a necessidade de se fazer uma investigação para saber de “onde esses ataques partem, quais são os interesses, quem os subsidia”. “Essa avaliação é apoiada por colegas do Tribunal”, acrescentou.

Ele condenou fortemente o vazamento de informações sigilosas, classificando o ato como “crime”. “Todos sabem que o Tribunal vem sendo alvo de ataques sistemáticos nas redes sociais, e o ministro Toffoli achou que era a momento de ter uma resposta institucional para esses ataques”, declarou Gilmar Mendes.

Questionado sobre o caso, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, preferiu não se pronunciar.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo