Política
Moro depõe em processo que pode cassar seu mandato
O ex-juiz é acusado de abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e assinatura de contratos irregulares durante a campanha
O senador Sergio Moro (União Brasil) deverá prestar depoimento, nesta quinta-feira 7, ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná no âmbito de duas ações que pedem a cassação de seu mandato.
Os processos, movidos pelo PL e pela federação formada por PT/PCdoB/PV, acusam o ex-juiz de abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e contratos irregulares.
Segundo os partidos, Moro teria tirado vantagem indevida na disputa por uma cadeira no Senado nas eleições de 2022. Isso porque, antes de oficializar a sua candidatura ao Legislativo, Moro realizou pré-campanha à Presidência da República. Com mais de 2 milhões de reais investidos, o senador teve maior visibilidade que os demais concorrentes ao Senado.
Somando a pré-campanha com a candidatura do Legislativo, Moro teria ultrapassado o limite imposto pela lei eleitoral referente aos gastos de campanha.
O Tribunal Superior Eleitoral permitiu que cada candidato gaste 4,4 milhões de reais para a campanha ao Senado em 2022. Segundo a denúncia, Moro teria investido mais de 6 milhões de reais no ano eleitoral, somando a candidatura ao Senado com a pré-campanha à Presidência.
Em sua defesa, o ex-juiz nega qualquer irregularidade e afirma que os processos são resultados do “choro de perdedor”. Para ele, “é fantasiosa alegação de que a corrida presidencial tenha gerado ganhos eleitorais, uma vez que a desistência gerou gastos políticos”.
Apesar da equipe do senador ter sinalizado a presença de Moro no Tribunal, o parlamentar tem a prerrogativa de não responder aos questionamentos.
Novas eleições
Caso Moro seja condenado, a chapa que o elegeu será cassada e o ex-juiz ficará inelegível por oito anos a contar da data do pleito de 2022.
Na hipótese de cassação, serão convocadas novas eleições para senador no Paraná.
Entre os possíveis candidatos que vislumbram ocupar a vaga do ex-juiz estão o deputado bolsonarista Ricardo Barros (PP); a presidente do PT Gleisi Hoffman; o ex-senador Álvaro Dias (Podemos); e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que poderá fazer a sua estreia política.
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