Política

Moro defende Bolsonaro e diz que “copiar áudio não é obstrução de justiça”

Segundo o ministro da Justiça, obstrução só se aplicaria se Carlos e Jair Bolsonaro tivessem acessado eventuais provas e as destruído

Presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro Sergio Moro em cerimônia de lançamento de campanha do pacote anticrime. (Foto: Alan Santos/PR)
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O ministro da Justiça, Sérgio Moro, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Carlos, sobre a cópia do áudio da portaria do condomínio Vivendas da Barra no caso Marielle Franco. Para o ex-juiz da Operação Lava Jato, não é irregular a cópia de áudios obtidos do sistema de segurança da portaria do condomínio em que os dois têm casa.

A afirmação aconteceu nesta segunda-feira 4, em um jantar em Brasília realizado pelo site Poder 360. Para Moro, o crime de obstrução de justiça seria caracterizado se Carlos tivesse acessado eventuais provas e as destruído.

Uma matéria divulgada pela TV Globo mostrou o depoimento do porteiro do condomínio onde Bolsonaro possui casa no qual ele afirmava que um dos acusados de matar Marielle Franco, o ex-PM Élcio Queiroz, esteve no local horas antes do crime e teria dito que iria à casa 58 – que pertence ao presidente.

Após a divulgação do depoimento, Carlos Bolsonaro publicou nas redes sociais um vídeo exibindo os arquivos obtidos por ele na portaria em que não havia registros da ligação mencionada pelo porteiro à polícia.

Logo em seguida, Jair Bolsonaro disse que obteve os áudios de ligações feitas entre a portaria e as casas do condomínio antes que elas tivessem sido “adulteradas”. “Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de ano. A voz não é minha”, disse.

Após a declaração, os líderes da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), informaram que iriam acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, sob a alegação de que o presidente cometeu “obstrução de justiça”, ao “ter se apropriado de provas relacionadas às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes”.

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