O ex-juiz e ex-pré-candidato à Presidência Sergio Moro, deixado de lado pelo União Brasil na pré-campanha eleitoral, voltou às redes sociais para atacar o ex-presidente Lula.
Disse o ex-ministro de Jair Bolsonaro em post no Twitter: “Lula, facínora é bandido. Vale para quem roubou o país, como as pessoas que você nomeou para a Petrobras. Eu prendi essas pessoas. Sei que você não gosta de policiais ou de quem cumpre a lei, mas você deveria explicar a roubalheira do Mensalão e do Petrolão durante o seu Governo”.
A fim de atacar um adversário político, no entanto, o ex-magistrado publicou desinformação sobre o processo legal. Ignorou, por exemplo, as etapas de um processo, como a abertura de um inquérito, seguido de fases como o indiciamento, a análise do Ministério Público, o eventual oferecimento de uma denúncia, o recebimento ou não da denúncia pelo Poder Judiciário, a ampla defesa e, por fim, o julgamento em diferentes instâncias e uma possível ordem de prisão.
Em 5 de abril de 2018, Moro expediu uma ordem de prisão contra Lula, no âmbito da Lava Jato. O então juiz, porém, não prendeu o petista, que se entregou à Polícia Federal.
Anos depois, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba e a suspeição de Moro, decisões que levaram à anulação das condenações de Lula e à recuperação dos direitos políticos do petista.
No mês passado, o Comitê de Direitos Humanos da ONU atestou a parcialidade de Moro nos processos da Lava Jato contra Lula. O colegiado também concluiu que os direitos políticos do ex-presidente foram feridos por ele ter sido impedido de disputar as eleições de 2018. Após abrir caminho para a retirada de Lula do pleito daquele ano, Moro se tornou ministro da Justiça de Bolsonaro.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login