Moraes relatará ação de Bolsonaro contra decisões da CPI da Covid

O ex-capitão acionou o STF para evitar a quebra de sigilo e o banimento das redes sociais

Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Fotos: Nelson Jr./STF e Evaristo Sá/AFP

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O ministro Alexandre de Moraes foi escolhido nesta quarta-feira 27 como relator do mandado de segurança protocolado pelo presidente Jair Bolsonaro contra decisões da CPI da Covid.

A indicação de Moraes ocorre por prevenção, já que o magistrado relata outros casos relacionados à peça apresentada por Bolsonaro.

 

 

relatório aprovado pelos senadores na terça-feira 26 defende a suspensão do ex-capitão nas redes sociais, ideia que ganhou força após ele usar uma transmissão ao vivo na última quinta-feira 21 para divulgar fake news sobre as vacinas.


A CPI também aprovou um requerimento em que pede ao STF a quebra do sigilo telemático de Bolsonaro e a suspensão de seus perfis nas redes, além de uma retratação pelas mentiras sobre os imunizantes.

Para atingir seus objetivos, Bolsonaro utiliza a Advocacia-Geral da União. Ao protocolar um mandado de segurança no STF, a AGU alega que o presidente não pode ser alvo de uma CPI e que o requerimento extrapola as competências do colegiado.

“É importante destacar que o impetrante não participou da comissão sequer como testemunha. E nem poderia ser diferente, já que o Presidente da República não pode ser investigado no âmbito de CPIs ou de qualquer outra Comissão Parlamentar, seja a que título for”, diz trecho do texto da AGU.

O órgão também argumenta que a comissão “determinou a adoção de várias providências em seu desfavor, dentre elas destaca-se a quebra de sigilos dos seus dados telemáticos, quando, repita-se, sequer pode o Presidente da República ser investigado no âmbito da CPI.”

“Pelo que se percebe, o requerimento aprovado invade a esfera de sigilos dos dados telemáticos da parte impetrante, de abril de 2020 até a presente data, além de determinar outras providências igualmente ilegais em face do Impetrante, a exemplo da suspensão de contas em plataformas, e instar a representação pela Advocacia do Senado para promover sua responsabilização.”

 

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